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I SÉRIE — NÚMERO 80

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A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — … e, enquanto não invertermos essa trajetória, não há

possibilidade de que os juros nos levem menos. As coisas são assim mesmo e temos aprendido a duras

penas que é essa a situação que enfrentamos.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Mas, mais importante do que tudo, importa esclarecer que,

efetivamente, as medidas que adotámos de acréscimos no IVA à taxa normal e da taxa social única

marginalmente não se destinam a financiar outras despesas do Estado. O que fazemos com estas medidas é,

de acordo com a nossa interpretação da decisão do Tribunal Constitucional, distribuir de forma diferente aquilo

que era conseguido com uma contribuição apenas sobre os pensionistas. É a nossa interpretação da decisão

do Tribunal Constitucional.

Recordaria, a propósito, que não foi esta a solução que o Governo propôs, mas é aquela solução que, no

respeito pelas instituições, o Governo entende propor agora.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é um artifício, Sr.ª Ministra!

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís

Montenegro, do PSD.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados:

Realizamos este debate a solicitação do Partido Comunista e já assistimos aqui a intervenções de todas as

bancadas da oposição, mas ainda ninguém foi capaz de felicitar o Governo e o País…

Vozes do PCP e do BE: — Ah…!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … pela circunstância de estarmos a 15 dias, repito, a 15 dias, de

encerrar o programa de assistência económica e financeira no tempo previsto e com a saída mais favorável

que podíamos antecipar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

E mais, Sr.as

e Srs. Deputados: realizamos este debate numa altura em que temos a economia a crescer,

em que temos o desemprego a diminuir, em que temos juros — é verdade — que temos de pagar pelo

dinheiro que andámos a pedir emprestado ao longo dos últimos anos — é verdade —, mas são juros mais

baixos desde 2006! E isto tem uma razão de ser: tem a ver com a circunstância de, ao contrário daquilo que

queriam os partidos da oposição, termos cumprido a palavra dada, em nome do Estado, pelo Governo

anterior,…

Protestos do Deputado do PS Pedro Jesus Marques.

… de termos recuperado a credibilidade e a confiança no Estado português. Por isso é que hoje temos

juros mais baixos do que aqueles que tínhamos em 2010.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

E, Srs. Deputados, a questão do Documento de Estratégia Orçamental é muito simples: é a de saber se o

País e se os Srs. Deputados também querem ou não desperdiçar o esforço que os portugueses, as famílias e

as empresas, fizeram ao longo dos últimos anos.