3 DE MAIO DE 2014
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dos portais públicos e a segurança, utilizando o sistema de dois fatores, que é o que mais garante a segurança
da identidade.
Como, aliás, se vê — e a questão não tem a ver só com os portais públicos — com o recente caso
Heartbleed, em que se percebe que as questões das passwordsestão de alguma forma ultrapassadas, é
preciso mecanismos variados (este será um deles e a lei está feita de forma a poder ficar aberta a evoluções
tecnológicas, e os contributos que venham do debate na especialidade também serão bem-vindos) para não
termos um sistema baseado na simples password, que hoje em dia já não é suficiente.
Quantos aos números do cartão de cidadão que o Deputado Michael Seufert referiu, o cartão do cidadão é
um êxito, há 9000 milhões de cartões de cidadão emitidos neste momento, mas a sua utilização do ponto de
vista digital é um fracasso, porque calculamos que a sua utilização não chega a 1%. Por isso, achamos
importante apresentar este mecanismo alternativo.
Quanto à questão do site das finanças, evidentemente, todos os sistemas informáticos têm falhas, não há
nenhum que não tenha, e acho sempre curioso que nós, em Portugal, queiramos referir o dia em que,
porventura, por algumas horas, o Portal das Finanças teve alguns problemas e não salientemos o trabalho
absolutamente extraordinário que existe por detrás deste Portal, que permite que milhões de interações dos
contribuintes sejam feitas com enorme rigor e segurança informativa. Penso que isso é que deve ser
valorizado.
Falando ainda sobre as finanças, ao contrário do que foi referido, evidentemente, ainda não fechou
nenhuma repartição de finanças
O Sr. José Junqueiro (PS): — E não vai fechar?
O Sr. Secretário de Estado para a Modernização Administrativa: — E não vão fechar, como, aliás, já foi
anunciado.
O Governo não está a fechar, está, sim, com a rede Espaço do Cidadão, a reestruturar, a abrir, a fazer
parcerias para otimizar os recursos e ter uma Administração Pública mais próxima dos cidadãos.
Por último, quanto às questões da segurança, a Agência para a Modernização Administrativa não tem
acesso às utilizações individuais. Trata-se apenas de um sistema de certificação da identidade em que essa
Agência não tem acesso aos diversos atos concretos.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado para a Modernização Administrativa: — Vou terminar, Sr. Presidente.
Trata-se exatamente da mesma situação em que, hoje, a Agência para a Modernização Administrativa gere
o certificado de autenticação do cartão de cidadão. Não há nenhuma alteração nessa matéria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Não temos mais inscrições neste ponto.
Vamos passar ao terceiro ponto da nossa ordem de trabalhos, a apreciação do Decreto-Lei n.º 49/2014, de
27 de março, que regulamenta a Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto (Lei da Organização do Sistema Judiciário),
e estabelece o regime aplicável à organização e funcionamento dos tribunais judiciais [apreciações
parlamentares n.os
81/XII (3.ª) (PCP) e 82/XII (3.ª) (PS)].
Para apresentar o pedido de apreciação parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados: O
PCP, com este pedido de apreciação parlamentar, pretende trazer a esta Assembleia um debate de
importância fundamental para o País, que é o do mapa judiciário.
Entendemos que a Assembleia da República deve assumir a sua responsabilidade numa questão tão
importante.