I SÉRIE — NÚMERO 80
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de lei que estamos a debater insere-se num conjunto de medidas de modernização e simplificação
administrativa que o Governo, em boa hora, tomou a iniciativa de desenvolver.
Este diploma cria a Chave Móvel Digital, que será uma forma de autenticação dos cidadãos. Uma forma
alternativa, voluntária, cómoda, mas acima de tudo segura, para aceder aos sítios e portais na Internet da
Administração Pública. Esta ferramenta irá complementar as funcionalidades do Cartão de Cidadão.
A necessidade de se encontrar um meio alternativo de acesso deve-se ao facto de o Governo pretender,
como o Sr. Secretário de Estado já referiu, a massificação da utilização dos sites e portais da Administração
Pública e, assim, reduzir os encargos administrativos.
Pretende-se, com este novo instrumento, aproximar o Estado do cidadão, simplificar a relação entre o
Estado e o cidadão e reduzir a burocracia existente nos serviços públicos.
Esta necessidade crescente, face ao menor espaço de tempo exigido pelos cidadãos para terem uma
resposta cabal por parte da Administração Pública, exige a introdução destas ferramentas de forma a reduzir,
ou mesmo a eliminar, encargos administrativos.
Os serviços e organismos da Administração Pública devem estar ao serviço do cidadão e têm de assegurar
uma comunicação clara e útil, divulgando as suas atividades e os procedimentos necessários para aceder à
mesma. Este processo entronca-se na continuidade de promover o esforço de modernizar a Administração
Pública, porque só assim será possível termos um Estado moderno, que fomenta o crescimento económico.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Esta iniciativa, entre muitas outras, merece a concordância de
todos, uma vez que o seu objetivo é claro. Como já referi anteriormente, o que se propõe permitirá uma maior
transparência na relação do Estado com os cidadãos, as empresas e as associações; contribuirá para a
diminuição de custos de contexto, assumindo-se como um estímulo à competitividade da nossa economia.
Por isso, mais uma vez afirmo que esta será, seguramente, uma iniciativa que, atenta a sua importância,
ninguém de boa-fé ousará negar, razão pela qual esperamos, justificadamente, que venha a merecer um
consenso alargado desta Câmara.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José
Magalhães.
O Sr. José Magalhães (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O Sr.
Secretário de Estado tem azar, verdadeiramente,…
Risos do Deputado do PS José Junqueiro.
… porque aterra neste Plenário a meio de uma crise óbvia e visível do portal das finanças públicas, que,
aliás, é sazonal, típica, uma vez que entope quando é mais preciso.
Em segundo lugar, aterra aqui no momento em que há uma crise da segurança dos sites da Administração
Pública, bem evidenciada pelo lamentável episódio, ocorrido há dias, na Procuradoria-Geral da República,
mas já com precedentes em outros serviços do Ministério da Justiça, com apagamentos e alterações, em
condições não determinadas, de registos, caso do registo predial, o que lança uma enorme insegurança
jurídica e exige medidas que não sabemos se foram tomadas, e também no meio de uma chuva de
encerramentos de serviços públicos pelo País. E hoje teremos um debate muito sério…
O Sr. José Junqueiro (PS): — Oh, oh!
O Sr. José Magalhães (PS): — … sobre o lamentável encerramento de tribunais.
O Sr. Secretário de Estado vem pedir-nos para dar aos cidadãos uma chave digital — faça favor, faça
favor! — mas, nessa matéria, é preciso fechaduras e o problema é esse.
O Sr. Secretário de Estado esgotou praticamente o seu tempo e, por isso, não nos pode informar dos
planos para investir nas fechaduras e para a implementação da dita chave. Porque, Sr. Secretário de Estado,
repare que todos nós usamos o portal das Finanças. Qual é a metodologia? UserID e password, uma senha