I SÉRIE — NÚMERO 82
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Segue, pois, o caminho mais fácil: a crítica fácil, o carregar dos tons negros de uma realidade que já de si é
dura, não curando de dizer aos portugueses o porquê de aí se ter chegado nem o como para daí se sair.
Convém, pois, relembrar — e que os portugueses nunca o esqueçam, principalmente as centenas de
milhares que atualmente se encontram desempregados — que o Partido Socialista chegou ao poder em 1995,
tendo governado este País quase ininterruptamente desde essa data até 2011,…
O Sr. José Magalhães (PS): — O Barroso nunca existiu? E o Cavaco?
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … tendo encontrado o País com uma dívida pública baixa, com as finanças
públicas sãs e com uma economia a crescer.
Também convém relembrar que a nossa economia, na última década de governação socialista, estava
pouco mais do que estagnada e que, do total do número de desempregados que hoje temos, cerca de 800
000, perto de meio milhão, já estavam desempregados nos últimos seis anos de governação do Partido
Socialista.
Protestos do PS.
A governação do Partido Socialista criou um País estagnado, paralisou a economia, criou um desemprego
estrutural brutal, sem paralelo na nossa história, e criou uma dívida pública brutal, também sem paralelo na
nossa história moderna.
O Sr. José Magalhães (PS): — O paralelo vem desde o Afonso Henriques!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É verdade que crise internacional de 2008 veio agravar e acelerar este
processo obrigando o PS a pedir ajuda estrangeira, mas não teria tido, nem de perto, o impacto que teve se o
País tivesse sido bem governado, se não estivesse endividado, paralisado, estagnado.
Mais grave ainda: o partido que nos governou tanto tempo e que tem até ex-dirigentes que dizem que as
dívidas públicas não são para se pagar, criou um modelo de governação e de sociedade em que essa febre se
espalhou às famílias,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Até às famílias laranja!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … tendo originado que Portugal fosse um dos países com a maior taxa de
endividamento das famílias, o que, com o rebentar da crise, veio agravar o drama de milhares de famílias,
empurrando-as para situações dramáticas.
Foi este o País que este Governo e esta maioria encontraram em 2011: o Estado e as famílias falidos,
cofres vazios, com um Memorando de Entendimento negociado pelo Governo do Partido Socialista, que
impunha regras duríssimas de contenção orçamental e de controlo da despesa pública, com um tecido
empresarial debilitado, descapitalizado, sem possibilidade de se financiar, com centenas de milhares de
trabalhadores já sem emprego e outras centenas de milhares sabendo que o iriam perder no breve prazo, pois
a situação financeira das empresas onde trabalhavam indicava já, a essa data, esse desfecho fatal.
Sendo esta a realidade que o Governo encontrou em 2011, o que fez este Governo através do Ministério
da Solidariedade Social?
O Sr. José Magalhães (PS): — Um milagre!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Na área social, em vista da situação de emergência que vivíamos e em
que os portugueses viviam e que se sabia que se ia agravar nos primeiros tempos, de imediato, o Governo fez
o seguinte:
Celebrou protocolos plurianuais com as IPSS (instituições particulares de solidariedade social), criando
uma vasta rede nacional de apoio e proteção social aos mais desamparados, assistindo-os e dando-lhes
apoios nos momentos difíceis que atravessavam, e muitos ainda o atravessam;