9 DE MAIO DE 2014
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O PSD e o CDS-PP só têm um caminho, na nossa opinião: a derrota. A derrota imediata pelo povo
português e o mais depressa possível.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa
Santos.
A Sr.ª Teresa Santos (PSD): — Sr. Presidente, quero cumprimentar não só o Sr. Deputado Artur Rêgo
pela retrospetiva séria e exaustiva que nos fez…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Têm mesmo que se elogiar uns aos outros!
A Sr.ª Teresa Santos (PSD): — … do que foram estes três anos em Portugal após o Governo socialista,
pelo seu punho, ter pedido ajuda externa, ter assinado um compromisso com os nossos credores e ter
submetido o País ao jugo da troica, bem como o atual Governo de coligação PSD/CDS pela forma como
honrou esse compromisso e libertou o País do resgate, granjeando, assim, a credibilidade dos seus credores e
o respeito da comunidade internacional. Portugal conseguiu, assim, ter uma saída limpa.
Não posso deixar de fazer uma referência e associar-me à alusão que o Sr. Deputado fez à cooperação da
concertação social, que colaborou, de forma ativa, nas reformas que foram levadas a cabo, nomeadamente no
domínio laboral, e também à preciosa ajuda e espírito de sacrifício e empreendedor do povo português.
É caso para questionar: afinal, qual foi o contributo dos partidos da oposição à esquerda, nomeadamente
do maior partido, para que Portugal apresentasse hoje uma saída limpa? Zero! O contributo foi zero! O que
fizeram? Da esquerda, do maior partido da oposição ao menor, apresentaram moções de censura para que no
dia seguinte Portugal recorresse a um segundo resgate. Mas todas essas iniciativas foram chumbadas.
Chegámos, agora, ao momento da última avaliação em que Portugal está a terminar a fase do
recebimento; segue-se a fase do dever de pagar. Lá diz o ditado que «Dever, é honra; pagar, é brio».
Acrescente ainda o facto de o Governo em funções não poder perder de vista ou esquecer o tratado
orçamental que implica o cumprimento do compromisso de reduzir progressivamente — e a isso também o Sr.
Deputado fez alusão — a dívida dos atuais aproximadamente 130% para 60% do PIB.
Termino, então, questionando o Sr. Deputado do CDS: agora, que estamos a iniciar o período pós-troica,
qual a pertinência da necessidade de uma reflexão séria, de um compromisso alargado, nomeadamente, com
o maior partido da oposição e com a concertação social sobre que Estado social queremos e podemos ter e
defender como sustentável num País com a obrigação de equilibrar as suas contas públicas?
Aplausos do PSD e CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília
Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Artur Rêgo, quero cumprimentá-lo e dizer-lhe
que me parece que a falha não é do Bloco de Esquerda mas, sim, do CDS.
Sr. Deputado, estive a consultar atentamente o programa eleitoral do CDS para 2011 na parte que respeita
à segurança social e trabalho e encontrei algumas propostas interessantes, que passo a recordar:
«alargamento da proteção social em caso de desemprego, pelo menos a título transitório». Bom, os senhores
mais não fizeram do que cortar sistematicamente todas as verbas para o subsídio de desemprego.
Vozes do BE: — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — A «passagem à reforma dos desempregados com mais de 50 anos, findo o
período máximo para as prestações sociais.» O que é que fizeram nesta matéria? Zero!