9 DE MAIO DE 2014
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Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. David Costa (PCP): — O futuro dos portugueses passa pela necessidade de afirmar uma política de
criação de emprego e de emprego com direitos e por uma alternativa patriótica que sirva aos trabalhadores e
ao povo, passa pela resolução dos problemas do desemprego e dos desempregados. Mas sem a derrota
deste Governo não há este futuro, nem a convicção de eleições antecipadas.
Aplausos do PCP.
Entretanto, reassumiu a presidência a Presidente, Maria da Assunção Esteves.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Roque.
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda traz-nos hoje
aqui um tema que consideramos bastante importante.
É importante porque, de facto, nos últimos três anos, tal como nos tempos anteriores, o desemprego em
Portugal conheceu um aumento sem precedentes.
Esse aumento relacionou-se com a crise que se instalou em Portugal, como consequência da crise
internacional, como consequência da crise da zona euro, das dívidas soberanas, mas, acima de tudo, como
consequência de políticas de governação que não tiveram em conta aquilo que o País produzia e que
aumentaram fortemente a dívida, ao ponto de o País chegar a uma situação em que teve de recorrer a um
auxílio internacional.
E se o tema é importante, porque se trata de desemprego, porque se trata de pessoas, o mesmo não se
dirá relativamente à oportunidade, pois, mais uma vez, o Bloco de Esquerda usa e abusa daqueles que
sofrem, daqueles que estão em dificuldades.
A oportunidade não poderia ter sido pior, uma vez que estamos em altura de pré-campanha eleitoral e, de
alguma maneira, se o Bloco de Esquerda aqui nos fala da saída à irlandesa e de soluções irlandesas, aquilo
que verificamos é que, cada vez mais e a acreditar nas sondagens, o Bloco de Esquerda parece ter uma saída
à albanesa da vida política portuguesa.
Aplausos do PSD.
Esse é o resultado de, muitas vezes, não ter posturas realistas e que tenham em conta a difícil situação
que o País atravessa e os esforços, que são de todos, para resolver o problema. Nem uma palavra
relativamente aos sacrifícios que as pessoas fizeram, que estiveram na primeira linha e foram responsáveis
pelo facto de o País conseguir uma saída limpa do resgate financeiro internacional.
Aquilo que se passa em Portugal relativamente ao subsídio de desemprego e ao subsídio social de
desemprego, mas também aquilo que se passa na Irlanda, é o sinal de que existe um Estado social que
funciona e que existem redes, existem estabilizadores automáticos que permitem que pessoas que estão em
situação de desemprego possam ter um seguro que lhes acode numa situação de maior dificuldade.
Mas aquilo que é importante não é dar um subsídio às pessoas que estão desempregadas,…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — E que tal matá-los?
O Sr. Pedro Roque (PSD): — … aquilo que é importante é criar as condições para que essas pessoas
voltem, tão rápido quanto possível, ao mercado de trabalho. Essas condições não são atos voluntaristas, é,
isso sim, a criação de condições de recuperação e de retoma económica para que a economia gere emprego
e as pessoas possam emancipar-se da situação de desemprego e de subsidiação.
Quanto a isto, o Bloco de Esquerda não disse nem uma palavra.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.