29 DE MAIO DE 2014
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eleições, quer em termos absolutos, quer em termos relativos, e que aumentou a sua representação. Este é
um dado, e o Sr. Deputado não o desmentiu. É igualmente um dado que esta maioria PSD/CDS teve o mais
baixo resultado eleitoral da sua história — também não sabemos qual é o peso eleitoral do CDS!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Já soubemos!
O Sr. António Filipe (PCP): — Quer tenham concorrido em separado, quer tenham concorrido em
coligação, este foi o mais baixo resultado, em termos relativos e em termos absolutos, do PSD e do CDS em
toda a sua história política. E o Sr. Deputado acha que não se devem retirar ilações disso?!
Há uma condenação tão clara, por parte do povo português, daquela que tem sido a política seguida pelo
Governo da atual maioria e o Sr. Deputado acha que devíamos chegar aqui e fazer de conta que não
aconteceu nada neste País?! Fazer de conta que o povo português não se expressou de uma forma clara
relativamente ao atual Governo e à atual maioria ao impor-lhe uma derrota desta dimensão nas eleições para
o Parlamento Europeu?!
Sr. Deputado, achamos que o povo português apresentou uma clara moção de censura a este Governo e a
esta maioria nas eleições para o Parlamento Europeu e que é nosso dever, na Assembleia da República,
traduzir essa censura do ponto de vista institucional. É isso que fazemos, assumindo todas as nossas
responsabilidades.
O Sr. Deputado disse que o Partido Comunista se quer apresentar como um partido apenas do contra, sem
quaisquer propostas. Sr. Deputado, há muitas centenas de milhares de portugueses que vivem em autarquias
governadas pela CDU e que não se dão mal com isso.
Aparentemente, nas últimas eleições autárquicas, houve muitos eleitores que viviam em municípios
presididos por autarcas do PSD que se deram mal com isso e que decidiram mudar.
Aplausos do PCP.
A ação dos autarcas da CDU no poder local é bem demonstrativa de que o PCP não é um partido do
contra. O PCP é um partido que quando entende que deve manifestar o seu protesto juntamente com o povo
português o faz. Mas também é um partido que tem um projeto, que tem propostas e que assume todas as
suas responsabilidades, inclusivamente as governativas.
Quando for da vontade do povo português que o Partido Comunista Português assuma responsabilidades
governativas, ele não fugirá a essas responsabilidades.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Deputado, também lhe digo que resulta claramente destas eleições para
o Parlamento Europeu, que não há alternativa à esquerda para o nosso País que possa dispensar o contributo
do PCP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — Esta é uma responsabilidade que o PCP assume perante o povo português
e à qual nunca fugirá, pode o Sr. Deputado ficar absolutamente certo disso.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Filipe, saudamos a vitória da CDU e
do PCP nestas eleições e achamos, tal como no apelo que deixou na sua intervenção, que é hora de fazer o
debate responsável sobre as eleições europeias, e, pela nossa parte, fá-lo-emos.