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29 DE MAIO DE 2014

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Na verdade, para nós, o Partido Socialista é importante, independentemente de quem o lidera. Fazendo

uma retrospetiva muito curta e muito rápida, o Partido Socialista foi o partido que, enquanto Governo, conduziu

o País para esta crise, foi o partido que, enquanto Governo, pediu ajuda externa às entidades terceiras para

fazer face à crise em que tinha mergulhado o País, e é o partido que, nos últimos três anos — feito o acordo

com as entidades externas e as entidades externas solicitando as necessárias contrapartidas para o apoio

financeiro que o País obteve —, enquanto oposição, «lava as mãos» e não ajuda o País, não apresenta

propostas razoáveis e responsáveis, dando cumprimento ao próprio acordo que o Partido Socialista celebrou

enquanto Governo.

Portanto, independentemente de quem lidera o Partido Socialista, o que desejamos, para bem dos

portugueses e do País, é que, de facto, seja um Partido Socialista que assuma as suas responsabilidades, que

assuma um diálogo efetivo, um diálogo com resultados e que não permaneça só parado na nuvem daquilo que

são expectativas ou desculpas que vêm sendo utilizadas.

Sr. Deputado Filipe Lobo d’Ávila, o Partido Comunista Português, na sequência destas eleições europeias,

caracterizadas sobretudo pela abstenção e por uma dispersão de votos muito grande, apresentou uma moção

de censura. Ora, isto leva-me a sublinhar um pequeno pormenor, porque, lida a moção de censura do Partido

Comunista Português, no penúltimo ou no antepenúltimo parágrafo vem referida a saída do euro. Portanto, o

Partido Comunista Português, face aos resultados que os partidos obtiveram nas eleições europeias, defende

a saída do euro e apresenta uma moção de censura ao Governo. Será curioso, porventura, verificar como é

que os partidos nesta Câmara, na sexta-feira, votarão a moção de censura do PCP, que prevê,

nomeadamente, a saída do euro. E digo isto fazendo alusão àquilo a que o Sr. Deputado José Junqueiro se

referia há pouco sobre a política que defendíamos para a Europa. Será, então, interessante ver como é que o

Partido Socialista votará a moção de censura do PCP, que defende a saída do euro.

Aplausos do PSD.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Miguel Santos (PSD): — Aliás, uma curiosidade estranhíssima foi aquela que observei em período

eleitoral, quando verifiquei que o PNR (Partido Nacional Renovador), que tem tendências que não advogo,

antes pelo contrário a que me oponho firmemente, também defende a saída do euro.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Santos (PSD): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Ora, é curioso verificar que, aqui, às vezes, os extremos se atraem, porque temos um Partido Comunista

Português, na extrema-esquerda, a defender a saída do euro e temos um Partido Nacional Renovador, de

tendência fascizóide, ou coisa do género, que defende exatamente o mesmo, que é a saída do euro.

Portanto, Sr. Deputado, será curioso ver como é que os partidos nesta Câmara se comportarão

relativamente à moção de censura.

O que acho importante — e vou terminar, Sr.ª Presidente — é que agora, em que finalmente conseguimos

passar para «além da Taprobana», se consiga agir com responsabilidade, com rigor, mantendo os resultados

que vêm sendo obtidos, que é o crescimento da economia e a baixa do desemprego. E aí todos os partidos

têm, de facto, uma obrigação patriótica e nacional de dar o seu contributo.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, peço-lhes que respeitem os tempos.

Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Filipe Lobo d’Ávila.

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, começo por agradecer as perguntas dos Srs.

Deputados José Junqueiro e Miguel Santos.