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I SÉRIE — NÚMERO 87

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Sr. Deputado José Junqueiro, fiz aquilo que achei que deveria fazer, que foi dar os parabéns ao Partido

Socialista, que ganhou — ponto final! É ocasião para o felicitar.

Mas também achei que esta era uma oportunidade para o Sr. Deputado vir esclarecer a ligeira discrepância

que houve entre aquilo que foi o eufórico triunfo publicitado pelo vosso cabeça-de-lista, o Dr. Francisco de

Assis, às 20 horas, o discurso triunfalista do vosso Secretário-Geral, já perto do fim da noite eleitoral, e aquela

que é a realidade que temos hoje.

Mas, enfim, Sr. Deputado, respeito o facto de não ter querido esclarecer tudo isso, até porque também

acabo por reconhecer aquela que é a minha contenção relativamente à vida interna do Partido Socialista.

Por isso, a única coisa que lhe posso dizer é que se organizem. Nós cá estaremos para conseguir

encontrar aquilo que é necessário para o País, que é um conjunto de compromissos e de consensos

absolutamente essenciais, num conjunto de matérias absolutamente estruturantes.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado José Junqueiro, que certamente

não ouviu uma parte da minha intervenção. Eu disse, de forma clara, que os partidos do Governo saberiam ler

os resultados, que iriam refletir e ponderar sobre muitas das dimensões deste resultado, mas, sobretudo,

também disse uma outra coisa: estamos dispostos, com todo o empenho, a procurar recuperar a confiança

dos portugueses, e é isso que faremos até ao fim da Legislatura.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — O Sr. Deputado fala em mais Europa. Sr. Deputado, não ouvi o PS

a falar sobre a Europa nesta campanha eleitoral.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Ouvi, isso sim, o Secretário-Geral do Partido Socialista apresentar

um programa de Governo…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — … e ouvi o Partido Socialista pedir uma maioria absoluta, maioria

absoluta essa que está à vista: não existe.

Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Por isso, Sr. Deputado, não sei que Europa quer o Partido

Socialista, nem sei se essa Europa é a Europa do Sr. Hollande, que teve apenas 13% ou 14% dos votos. Mas

essa é evidentemente uma discussão que compete ao Partido Socialista.

Sr. Deputado Miguel Santos, agradeço a sua pergunta e quero dizer-lhe que acompanho o essencial da

sua intervenção: o compromisso de estabilidade que assumimos e, sobretudo, aquele que é o compromisso de

futuro que os dois partidos também assumem por Portugal. Isso é, de facto, o mais importante.

Passando à pergunta que me coloca, é, de facto, curioso que tenhamos oportunidade para, nesta moção

de censura apresentada pelo Partido Comunista, clarificar as posições não só quanto à Europa que queremos,

mas quanto àquilo que assumem todos os partidos políticos em Portugal.

Do ponto de vista do CDS, não temos dúvida alguma de que queremos mais Europa. Estamos na União

Europeia, temos o euro e é com o euro que vivemos. Por isso mesmo, não posso deixar de dizer que esta será

também uma excelente oportunidade para clarificarmos as posições de todos os partidos.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.