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I SÉRIE — NÚMERO 89

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Sr. Deputado, coloco-lhe uma pergunta clara e simples: para o PCP, Portugal deve continuar no euro ou

deve sair do euro? Em que é que ficamos? É só para sabermos!

Protestos do PCP.

É muito importante que as pessoas saibam.

Já sabemos que o PCP não gosta de desemprego — nós também não!; que o PCP não gosta de políticas

de austeridade — nós também não!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Vozes do PCP: — Disse o contrário há dois dias!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas há uma diferença grande, Sr. Deputado. É que os portugueses não

fizeram sacrifícios porque gostavam, mas porque era preciso fazerem-nos para salvar o País e para construir

um futuro para o País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Mas o futuro que o senhor quer construir tem de ser clarificado. Não pode haver complacência nesta

matéria.

O Partido Comunista tem de dizer, com clareza, o que quer. E o que é que o Partido Comunista quer? Quer

voltar a nacionalizar a economia, quer nacionalizar todos os setores importantes da economia nacional.

Protestos do PCP.

O que é que o Partido Comunista quer? O Partido Comunista quer a saída do euro, que, no quadro atual,

corresponde também a uma saída da União Europeia.

Protestos do PCP.

Mas, se não quer, diga, Sr. Deputado! Se não quer, diga, por favor, para sabermos, então, o que é que o

Partido Comunista quer.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Quer demitir o Governo!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas o que está na moção é isso, o que está na moção é que é preciso sair do

euro, que é preciso nacionalizar a economia.

Sr. Deputado, se isso acontecesse, se essa instabilidade fosse criada, verdadeiramente o que aconteceria

era um esbulho das poupanças dos portugueses, um regresso a uma moeda que não teria outra possibilidade

senão criar uma espiral inflacionista, que seria o maior imposto direto a todo o rendimento dos portugueses,

como já aconteceu no passado, seria o regresso a um isolacionismo e não seria, Sr. Deputado, um regresso

ao espírito do 25 de abril, mas um regresso ao espírito como o do 11 de março, que os portugueses

rejeitaram, e rejeitaram esmagadoramente.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PCP.

Respondo ao Sr. Deputado Alberto Martins, dizendo-lhe que nós não queríamos, evidentemente,

apresentar nenhum discurso…