I SÉRIE — NÚMERO 89
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Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Por isso, vamos discutir.
O PCP tem uma proposta alternativa: sair da União Europeia, sair do euro. E o que a política patriótica de
esquerda preconiza implicaria isolacionismo de Portugal na cena internacional, desvalorização imediata das
poupanças, do poder de compra dos portugueses, das moedas, aumento imediato da dívida pública,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa é boa!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … fim do Estado social, que tanto apregoa, e deitar fora todos os
esforços e sacrifícios — e foram muitos! — que os portugueses fizeram nos últimos três anos. É esta a política
patriótica de esquerda que o PCP quer.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, não deixa de ser extraordinário que
um dos partidos que é censurado, o Partido Socialista, vote a favor de uma moção de censura que o censura,
que censura o seu passado europeísta e que, há poucos dias, considerava ser um frete para o Governo.
Mas essa moção terá, diria até, o destino que o próprio PCP deseja, que é o chumbo. Por isso, Sr.
Primeiro-Ministro, corridas à esquerda à parte, gostaria de focar-me no futuro, nos desafios, que são muitos e
complexos, que temos pela frente.
Esta maioria e este Governo devem centrar-se e focar-se nesses desafios, nas dificuldades que os
portugueses — infelizmente, ainda são muitos — atravessam, no combate ao desemprego e na necessidade
de captar investimento para criar emprego e para combater essa fratura social.
Por isso, hoje, na tão censurada União Europeia, foi aprovado um novo quadro comunitário de apoio. De
apoio a quem? Às empresas, para criarem emprego e para com isso combaterem o desemprego.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, Portugal deve aproveitar bem, ao contrário do que, por vezes, aconteceu no
passado, esses fundos. Não deve haver interrupções no acesso das empresas a esses fundos e, por isso,
anda bem o Governo aquando aprovou, antecipadamente e de forma clara, essas mesmas regras. E quais são
essas regras? São regras que valorizam a criação de empresas no interior,…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … são regras que valorizam a criação de empresas por jovens, são
regras que valorizam a criação de empresas na área da tecnologia, são regras que, inclusivamente, permitem
o alargamento do prazo de isenção ou mesmo de redução do IMI ou do imposto de selo.
É com estas políticas que podemos, de facto, corresponder aos anseios dos portugueses e combater
aquele que é o maior e mais preocupante facto das últimas eleições, que é a abstenção, que é o
distanciamento dos portugueses da política da União Europeia.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
É nisto que, Sr. Primeiro-Ministro, eu creio que trabalhadores e empresários que nos estão a ouvir estão
mais interessados! Não quem censura mais à esquerda, não quem diz mais mal do Governo à esquerda, não
quem faz uma oposição mais dura, mas, sim, quem apresenta soluções para os seus problemas quotidianos.
O Sr. António Filipe (PCP): — Como o aumento do IVA!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Portanto, seria importante — e é isso que queria ouvir por parte do
Sr. Primeiro-Ministro — que pudesse explicitar melhor estas regras e pudesse explicitar melhor o que ontem
foi aprovado, nomeadamente ao nível do código de investimento.