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I SÉRIE — NÚMERO 92

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Uma terceira consideração, Sr.ª Presidente: o Programa de Assistência Económica e Financeira esgotou-

se, foi cumprido e, na sequência desse cumprimento, o Governo tomou a iniciativa, que é normal, e dirigiu-se à

concertação social, procurando estabelecer pontes com os parceiros sociais e apresentou uma solução:

vamos atualizar o salário mínimo nacional e vamos, ao mesmo tempo, indexar a sua atualização em termos

futuros à produtividade das empresas, à produtividade dos setores económicos, ao bom ritmo da economia do

nosso País.

O Sr. Nuno Sá (PS): — E quando? Isso é conversa!

O Sr. Arménio Santos (PSD): — Bom, essa iniciativa do Governo está a ser avaliada pelos parceiros

sociais e nada impede que, a curtíssimo prazo, a concertação social não volte a reunir e não se encontre um

consenso.

Por parte do PSD, há esta afirmação solene: o PSD deseja e apoia a melhoria do salário mínimo nacional.

O PSD espera e deseja que, em sede de concertação social, quer o Governo quer os parceiros sociais,

rapidamente encontrem um compromisso que não só permita a atualização do salário mínimo nacional este

ano como também crie mecanismos que tenham em conta a dignificação do trabalho, em termos futuros, mas

também as capacidades das nossas empresas, sobretudo daquelas que têm necessidade de pagar ou de

continuar a pagar salários tão modestos como o salário mínimo nacional.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana

Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, dirijo-me particularmente ao Sr.

Deputado Arménio Santos, dizendo-lhe, olhos nos olhos, que é tempo de passar da hipocrisia aos atos.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Muito bem!

Protestos do PSD.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — O Sr. Deputado apresentou-nos aqui três argumentos a propósito do

salário mínimo nacional.

Disse-nos o Sr. Deputado que respeita os trabalhadores que empobrecem trabalhando. Não parece!

Hipocrisia, Sr. Deputado! Olhe que não parece!…

Disse-nos, a seguir, que reconhece que estas pessoas não têm uma vida digna. Não parece! Não faz

nada…

Depois, disse-nos que, em 2011, houve um Governo que não cumpriu o acordo de concertação social. Ora,

há aqui uma espécie de passa-culpas, porque houve dois Governos e os dois não cumpriram, e se um assinou

o Memorando formalmente o outro concordou com esse Memorando.

Protestos do PSD.

Portanto, passa-culpas não resolve nenhum problema. Hipocrisia de novo, Sr. Deputado!

Assim, o que entendemos é que é chegada a hora de o Governo assumir as suas responsabilidades e de

esta maioria, que o sustenta, parar de vez com as «lágrimas de crocodilo» que, de cada vez que há aqui um

projeto de resolução, vêm aqui derramar.

Portanto, a urgência e a emergência é que se aumente o salário mínimo nacional. E não se escudem atrás

das empresas que não têm essa capacidade, porque os senhores, com as vossas políticas, têm destruído o

tecido empresarial quando aumentaram em toda a linha os custos de contexto. Aliás, é reconhecido pelos

próprios empresários que não é o aumento do salário mínimo nacional que provoca um qualquer impacto

assim tão desgraçado nas empresas.