O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

7 DE JUNHO DE 2014

31

Para terminar, refiro um aspeto que é importante, que é a preocupação de discriminação positiva do

consumo de fundos próprios das instituições de crédito para o financiamento de pequenas e médias empresas

e de empresas exportadoras. Este aspeto é fundamental para que o financiamento da atividade produtiva

nesses segmentos continue a aumentar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Srs. Deputados, a Mesa não regista mais inscrições, pelo que

podemos dar por concluída a discussão, na generalidade, da proposta de lei n.º 225/XII (3.ª).

Despedimo-nos, em nome da Mesa, da Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da

Igualdade e do Sr. Secretário de Estado das Finanças.

Tal como consta do guião, haverá votações regimentais às 12 horas. Sucede que o guião de votações está

a ser objeto de várias alterações, pelo que sugiro à Câmara que passemos ao ponto 4 da ordem de trabalhos

e que só depois passemos ao período das votações.

Pausa.

Uma vez que nenhum Sr. Deputado se opõe, vamos, então, proceder à discussão conjunta dos projetos de

resolução n.os

1044/XII (3.ª) — Aumento do salário mínimo nacional (PCP) e 1057/XII (3.ª) — Recomenda ao

Governo que cumpra o acordo sobre o aumento do salário mínimo antes impedido pelo Memorando da troica

(BE).

Para apresentar o projeto de resolução do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A criação do salário mínimo nacional,

importante conquista da Revolução de Abril, significou uma importante melhoria das condições de vida dos

trabalhadores, progresso, melhor distribuição da riqueza, contribuindo, assim, para a construção de um País

mais justo.

Se o salário mínimo nacional acompanhasse a evolução da inflação ao longo destes anos, hoje teria de ser

aumentado em 100 €, ficando assim, em 585 €. Mas está em 485 € que, na verdade, são 432 € líquidos. Este

é um dos mais baixos salários mínimos de toda a União Europeia, que atira cada vez mais trabalhadores para

a pobreza, envergonhando o nosso País e deixa claro como é injusta a distribuição da riqueza nacional.

Por muitas voltas que o Governo dê, a verdade é que o Governo PSD/CDS, à imagem do que fez o

Governo PS, não aumenta o salário mínimo nacional porque não quer. Não aumenta o salário mínimo nacional

porque está comprometido com uma estratégia de empobrecimento dos portugueses.

Não aumenta o salário mínimo nacional porque está empenhado, de alma e coração, com uma estratégia

de agravamento da exploração de quem trabalha. O Governo PSD/CDS não aumenta o salário mínimo

nacional porque quer que os ricos fiquem cada vez mais ricos à custa de quem trabalha.

Hoje, o Governo PSD/CDS — apesar de ter existido um acordo de concertação social que determinava

que, em 2011, o salário mínimo nacional fosse de 500 € — não só mantém o salário mínimo nos 485 €, como

se prepara para o usar como moeda de troca para garantir mais e mais exploração.

À boleia das ditas «negociações» — que se eternizam — para aumentar o salário mínimo nacional, o

Governo prepara-se para atacar a contratação coletiva e manter até ao final do ano a redução do pagamento

do trabalho suplementar, isto é, apenas consideram o aumento do salário mínimo nacional num quadro em

que se preparam para reduzir, de forma generalizada, os salários, demolindo a contratação coletiva.

Assim, entre o que dá e tira, o Governo vai governar, mais uma vez, a favor dos grandes grupos

económicos e atacar os salários de todos os trabalhadores.

Por outro lado, e ainda não satisfeito, o Governo pretende que os futuros aumentos do salário mínimo

nacional estejam condicionados à evolução da produtividade para o manter em níveis inaceitavelmente baixos.

O PCP propõe o aumento do salário mínimo nacional imediatamente para os 515 €, perspetivando a

continuação do seu aumento faseado para que atinja os 600 €. Além de ser uma medida elementar para

garantir mais justiça na distribuição da riqueza, terá um reduzido impacto nas empresas — custos inferiores a

0,2% — e contribuirá para a dinamização do mercado interno com efeitos positivos no emprego.