I SÉRIE — NÚMERO 97
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A Espanha é mais do que país com o qual mantemos relações especiais, é o resultado de uma partilha de
uma história e cultura comuns, de um percurso de regresso quase em simultâneo ao regime político
democrático e de um trilhar um caminho quase em paralelo no processo de integração europeia.
O que acontece em Espanha merece de Portugal a maior atenção e um profundo acompanhamento. Em
Espanha encontram-se milhares de portugueses que trabalham, estudam ou realizam negócio.
Espanha representa o nosso maior parceiro comercial e tem demonstrado uma grande proximidade de
posições na Europa e no mundo, particularmente nas nossas relações na dimensão ibero-americana.
A forma como se processou a transição do trono do Rei D. Juan Carlos para o seu filho Filipe de Bourbon
ilustra um meio pacífico de assegurar a estabilidade política que deve presidir à ação de qualquer Chefe de
Estado. Perante as Cortes Gerais e no respeito pelo quadro constitucional vigente, verificou-se a transição de
um Chefe de Estado para um novo e assim foi proclamado Rei, Filipe VI de Espanha.
A Assembleia da República, reunida em Plenário, resolve:
1 — Congratular-se pela forma como se processou a sucessão do trono espanhol através da lei da
abdicação;
2 — Saudar a proclamação de Filipe como Rei Filipe VI de Espanha, no respeito pelas instituições
espanholas e no quadro constitucional em vigor;
3 — Reafirmar a amizade e o aprofundamento da relação entre os dois Estados, e esperar que os
princípios e valores que unem Portugal e Espanha, na Península Ibérica, na União Europeia, no resto do
mundo e em todas as organizações internacionais que os dois países partilham, possam contribuir para a
melhoria das relações entre os povos.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, passamos ao voto n.º 198/XII (3.ª) — De congratulação pela eleição
de Portugal para uma das Vice-Presidências da 69.ª Assembleia Geral das Nações Unidas (PSD e CDS-PP).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
É o seguinte:
A recente eleição de Portugal para uma das Vice-Presidências da 69.ª Assembleia Geral das Nações
Unidas que se iniciará em setembro deste ano é uma importante vitória para o nosso País, pois 2015 será o
ano crucial para a avaliação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, aprovados em 2000, e para a
definição da nova agenda de desenvolvimento que será adotada numa cimeira global de Chefes de Estado e
de Governo a realizar em setembro do próximo ano.
Portugal tem desempenhado um importante papel nesta agenda, tendo, em inúmeras ocasiões, uma voz
assertiva e inovadora, o que lhe tem permitido em diversos momentos marcar as conversações e negociações
em torno desta problemática.
Neste sentido, não podemos deixar de destacar o discurso do Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros na Assembleia Geral das Nações Unidas, a intervenção da Secretária de Estado dos Assuntos
Parlamentares e da Igualdade na Comissão sobre o Estatuto da Mulher, das Nações Unidas, as declarações
do Embaixador Mendonça Moura no Conselho de Direitos Humanos, das Nações Unidas, e no grupo de
trabalho para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável como momentos importantes para a concretização
desta eleição e para o apoio internacional que muitas das nossas propostas têm conseguido.
É inteiramente meritório destacar também neste esforço de afirmação de Portugal a grande qualidade da
diplomacia portuguesa, o trabalho de muitos(as) parlamentares portugueses, o empenho da sociedade civil e
dos organismos da cooperação com o enquadramento do Camões — ICL (Instituto da Cooperação e da
Língua).
A Assembleia da República congratula-se com a eleição de Portugal para uma das Vice-Presidências da
69.ª Assembleia Geral das Nações Unidas e expressa os seus votos para que ela possa ajudar a construir um
mundo com mais dignidade, mais justiça, mais segurança e mais oportunidades para todos.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.