27 DE JUNHO DE 2014
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E, quanto ao jogo ilegal, há que fazer uma opção: ou o Estado quer continuar a manter o jogo, o online mas
também as apostas desportivas físicas, ilegal, e tem de criar uma máquina capaz de fazer essa fiscalização;
ou o Estado entende, olhando até para as experiências internacionais, que essa proibição já não se justifica e
que o Estado tem mais a ganhar em autorizar essa atividade, regulando-a.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — Foi a segunda opção que o Governo tomou, de forma a trazer
para a legalidade operadores e jogadores que atualmente se movem no mercado ilegal, com o consequente
prejuízo para o Estado e um elevado grau de risco para os jogadores, dado que não beneficiam de qualquer
proteção.
Foi, pois, esta opção que tomámos, depois de um longo processo de audição e de estudo.
O Governo decidiu, em fevereiro de 2012, criar uma comissão interministerial cujo mandato se
consubstanciava na apresentação de um relatório final com o diagnóstico sobre o universo do jogo em
Portugal, em particular sobre o jogo das apostas online, com vários caminhos e possibilidades alternativas de
soluções políticas e legislativas. Essa comissão, presidida pelo então Secretário de Estado Feliciano Barreiras
Duarte, fez um importantíssimo trabalho, sem o qual, trabalho e Secretário de Estado, não estaríamos hoje
aqui, e que o dever de justiça me obriga a reconhecer, saudar e realçar.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — Neste contexto, procedeu essa comissão à audição das várias
entidades, públicas e privadas, que representavam diversos setores e interesses envolvidos.
O resultado desses trabalhos foi apresentado num relatório final, que relata a realidade do jogo e das
apostas e, em face da avaliação efetuada, apresentou ao Governo três modelos possíveis de regulamentação
do jogo online em Portugal, bem como enunciou um conjunto de princípios e de outras iniciativas legislativas
complementares necessárias.
Em março de 2013, o Governo nomeou, então, um grupo de trabalho técnico agora com o objetivo de
avaliar todas as questões técnicas e jurídicas que a regulamentação do jogo online suscitava, tendo por base
o trabalho já celebrado por essa comissão e considerando que, nesta matéria, existiam questões transversais
que deviam ser enquadradas juridicamente, nomeadamente: sistemas técnicos de jogo online; meios de
inibição de sites ilegais; controlo dos meios de pagamento; prevenção de branqueamento de capitais; defesa
dos direitos dos jogadores e de grupos mais vulneráveis, designadamente os menores.
Só depois disso é que nos foi possível chegar aqui.
É nessa sequência que o Governo vem à Assembleia da República pedir autorização para legislar, dando
desde logo conhecimento à Assembleia do preciso teor dos diplomas que o Governo aprovará caso essa
autorização lhe seja concedida, uma vez que estas matérias abrangem matérias da competência reservada da
Assembleia da República no que respeita ao regime fiscal, a direitos, liberdades e garantias e a ilícitos
criminais e contraordenacionais.
Emerge, assim, a necessidade de criar um novo modelo de exploração e prática do jogo, pensado à luz
destas duas realidades: a da desadequação das normas existentes ao jogo e a da ausência de regulação do
jogo online.
As alterações preconizadas pelo Governo são determinantes para tornar esta atividade mais competitiva e
para combater o jogo ilegal e permitirão relançar a atividade do jogo, com o consequente aumento das receitas
para o Estado e o desenvolvimento de várias atividades económicas em setores associados, sendo ainda de
relevar a criação de novos postos de trabalho e a manutenção dos existentes.
O novo enquadramento normativo que o Governo propõe deverá, ainda, integrar um quadro sancionatório
sólido e eficaz na proteção de todos os direitos privados e de ordem pública envolvidos.
Permito-me sumariar o enquadramento normativo que o Governo propõe à Assembleia da República.
Em primeiro lugar, a regulação do mercado do jogo online em Portugal de uma forma sistémica, global e
abrangente, garantindo a segurança do jogo, através da integridade, fiabilidade e transparência das respetivas
operações, o que vai possibilitar assegurar a defesa dos consumidores, a proteção dos menores, o combate à