I SÉRIE — NÚMERO 100
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Qual é o impacto esperado do aumento da receita fiscal para o Estado com esta legislação? Também é
absolutamente vital que isso fique clarificado e que o Sr. Secretário de Estado diga quais são as expetativas
deste Governo relativamente a esta matéria.
Finalmente, Sr. Secretário de Estado, peço-lhe o compromisso para que, em tempo útil, o relatório com a
análise de direito comparado seja entregue a esta Assembleia, para que, nos 15 dias que agora nos deixam,
em comissão, esse trabalho possa ser devidamente apreciado e valorado na apreciação que todos temos de
fazer, e devemos fazer, porque esta é a nossa responsabilidade nesta Assembleia.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do Turismo para uma
intervenção.
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — Sr. Presidente e Srs. Deputados, algumas das perguntas que
o Partido Socialista agora fez ajudam a explicar por que é que o Estado português demorou tanto tempo a
legislar sobre esta matéria.
Quando nos perguntam «Qual é o impacto para os casinos?», a minha resposta é «Sejam consequentes!».
Se houver impactos, não mexemos?! Deixamos a informalidade seguir?! Qual é o impacto para a Santa Casa
da Misericórdia? Seja consequente! Se houver impacto, o que é que se faz? Deixamos ilegal?! Nenhum
interesse, seja o da Santa Casa, seja o dos casinos, pode beneficiar da ilegalidade para poder continuar! — é
a primeira!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Depois, Sr. Deputado Paulo Campos, a proposta de lei de autorização que o Governo apresenta está na
Assembleia desde sexta-feira. Até inconstitucionalidades os senhores já encontraram e, depois, dizem que
não a conseguiram ler! Até notas de rodapé, erros e gralhas encontraram, mas foram incapazes de se
pronunciar sobre o modelo que aqui está previsto!
Protestos do PS.
A resposta que têm de dar é a: estão ou não de acordo em que é preciso regular? Regulando, qual é que o
modelo? E, de acordo com o modelo, quais são os interesses que devemos ponderar?
Mas os senhores fazem ainda mais perguntas. Perguntam: qual é que o impacto para a Santa Casa, qual é
o impacto para os casinos, qual é o impacto para as empresas. Pois, é precisamente por estarmos sempre
presos a estas questões que nunca se decidiu e que há um Governo que tem medo de decidir.
De duas, uma: se eu chegasse aqui e dissesse: «O Governo decide manter tudo tal e qual está». Os
senhores poderiam dizer: «Bom, os senhores estão a defender os interesses das empresas que estão na
clandestinidade!».
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — Se eu chegasse aqui e dissesse: «Temos um modelo e o
modelo é exclusivo para a Santa Casa». Os senhores diriam: «Lá estão os senhores a proteger a Santa
Casa!». Ou se eu dissesse: «Não! O exclusivo é dos casinos!»; responderiam: «Lá estão os senhores a
proteger os casinos!».
Trago aqui um modelo aberto, em que, quer casinos, quer Santa Casa, quer as empresas, podem
concorrer.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Estou a defender que interesses?