I SÉRIE — NÚMERO 100
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O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — … num exercício de transparência, parece dar a entender que
esses diplomas estão aprovados, mas não estão. Eu preciso da autorização da Assembleia da República para
depois legislar.
O Sr. Paulo Campos (PS): — Isto foi agendado à pressa!
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — Estou de acordo em que a partir do momento em que se toma
a opção de regularizar não é tudo válido. Como é evidente, há boas ou más opções de regulação, e é sobre
essas que eu gostaria de ouvir os Srs. Deputados: se estão ou não de acordo com as opções de regulação
que aqui estão feitas, se temos ou não os mecanismos técnicos necessários, se as penas e as
contraordenações que aqui estão são ou não as eficazes, se a forma como está regulado o bloqueio dos sites
é ou não eficaz ou se podemos ir de outra maneira.
Estou completamente aberto para que considerem que podemos ser mais apurados num lado e desleixar
noutro ou de procurar focar a nossa atenção em algo que não está focado.
Esta é, de facto, uma matéria relativamente à qual eu não esperava que, do ponto de vista do debate,
suscitasse dúvidas políticas, porque é uma matéria essencialmente técnica.
Partindo do pressuposto de que todos estamos de acordo em que é preciso regular, qual é que é o
modelo? Por exclusivos ou por modelo aberto? Modelo aberto foi aquele que o Governo definiu. Como é que
isso se efetiva? Como é que é feita essa regulação? Estão aqui as nossas propostas, mas se vierem
propostas melhores, para haver melhor regulação, não serão, com certeza, chumbadas por parte da maioria.
Termino, dizendo que é nossa convicção que o pacote de jogo que aqui apresentamos — não se trata só
do jogo online —vai permitir haver um mercado mais regulado, mais justo e de concorrência mais livre, mas
também mais sã, entre os vários atores do mercado.
Esta é, de facto, uma atividade económica com reflexo no emprego. Aliás, muitas vezes, os Srs. Deputados
enviam para o meu gabinete perguntas sobre os casinos e sobre os trabalhadores dos casinos. E querem que
lhes responda o quê? «Olhem, os casinos são uma atividade que é preciso cercear e limitar, porque são uma
atividade económica…»?! Mas eles são entidades empregadoras, como é evidente. Só há emprego onde há
uma atividade económica. Não podemos é fingir, criar uma espécie de ficção, dizer «o jogo não é uma
atividade económica»…
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não torça o argumento!
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — … e depois criarmos uma ficção que não dá jeito a ninguém,
porque nem se faz uma boa regulação, nem se consegue perceber, nem se consegue atacar os verdadeiros
problemas.
De facto, o jogo é uma atividade económica. Não é igual a todas as outras, há regras de publicidade que a
restringem,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Proíba!
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — … que não existem para outras atividades, e, portanto,
evidentemente que esta atividade tem um regime de licença, um regime de requisitos de idoneidade financeira
e de idoneidade técnica. Portanto, não é uma atividade que está completamente aberta, mas é nossa
convicção que, sendo uma matéria sensível, só havia duas hipóteses: ou desistir, porque é uma matéria muito
sensível e iriamos ser acusados de estar a defender interesses; ou trazer até aqui as tais duzentas e tal
páginas com a transparência, sermos julgados por isso, e, eventualmente, com candura mas com injustiça,
sermos acusados de estar a defender interesses que não os interesses da regulação.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, está assim concluído o debate desta proposta de lei,
que será votada amanhã no período regimental de votações.