27 DE JUNHO DE 2014
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O Sr. Laurentino Dias (PS): — Se há, Sr. Secretário de Estado, parece-me que é obrigação do Governo
trazê-lo ao nosso conhecimento.
Segunda questão: está o Governo disponível para que, em sede de especialidade, façamos aquilo que é
preciso fazer em termos de audição de entidades e de discussão pública desta matéria e destas soluções,
sendo certo que, e digo apenas isto, na proposta de autorização legislativa há mesmo matéria que é da
exclusiva competência, repito, da exclusiva competência da Assembleia da República…
O Sr. José Magalhães (PS): — Indelegável!
O Sr. Laurentino Dias (PS): — … e que não pode ser delegada em qualquer autorização legislativa, como,
por exemplo, quando se definem e estabelecem proibições nesta área aos membros de órgãos de soberania?!
Esta é uma matéria que compete à Assembleia da República de forma exclusiva e não pode estar em
autorização legislativa.
O Sr. José Magalhães (PS): — É constitucional!
O Sr. Laurentino Dias (PS): — Essas e outras matérias têm de ser devidamente apreciadas, por nós, em
sede de especialidade e a pergunta que lhe faço é esta: está o Governo disponível para, nessa sede, apreciar
e ouvir tudo quanto temos para trazer a esta discussão e facultar os documentos que serviram de base à
decisão de nos apresentar esta autorização legislativa? Sim ou não, Sr. Secretário de Estado?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Antes de dar a palavra ao Sr. Secretário de Estado do Turismo, informo a Assembleia
que se encontra na Galeria Diplomática uma delegação da Assembleia Nacional do Vietname, com a presença
do seu Vice-Presidente.
Aplausos gerais, de pé.
Agora, sim, para responder, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do Turismo.
O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — Sr.ª Presidente, procurando dar uma resposta que se aplique
já às perguntas dos três Srs. Deputados, esclareço que esta é uma matéria na qual o Governo tem
competência para legislar, havendo aspetos, nomeadamente de âmbito penal, contraordenacional, direitos,
liberdades e garantias e de matéria fiscal, em que o Governo tem de pedir a respetiva autorização legislativa à
Assembleia da República.
Essa matéria está bastante bem identificada na proposta de lei de autorização legislativa, e aquilo que o
Governo quis fazer foi trazer já a debate em Plenário os diplomas que pensa aprovar, na sequência da
aprovação dessa autorização legislativa, e de neles incluir todos os aspetos, os sensíveis e os menos
sensíveis, para serem do conhecimento da Assembleia da República, de modo a que não seja desconhecida a
totalidade do quadro legal que queremos criar para o jogo em Portugal.
Trata-se de uma competência do Governo e que o Governo poderia exercer da forma que referi, trazendo a
debate apenas a proposta de lei de autorização legislativa e os decretos-lei autorizados, na parte da matéria
da reserva, mas quisemos trazer o pacote completo.
Sei que é uma matéria sensível. O que não posso aceitar, Srs. Deputados, é que perguntem, com um certo
ar cândido, que interesses estão aqui por detrás que estamos a querer acautelar.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
Risos de Deputados do PCP.