I SÉRIE — NÚMERO 101
18
É estimulando o diálogo e o compromisso entre empregadores e trabalhadores que podemos em Portugal,
tal como acontece nos países mais prósperos e produtivos da Europa, trabalhar para a criação de um cenário
de mais oportunidades, de recuperação da confiança para aqueles que hoje estão no desemprego. É assim
que queremos trabalhar para devolver a esperança e a motivação a todos os que passam por esta difícil
realidade.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Do muito que se tem conseguido
nesse sentido, muito se deve ao esforço e ao sentido patriótico que tem vindo a ser desenvolvido pelos
parceiros sociais, muito especialmente pelos parceiros sociais que têm, efetivamente, capacidade de
compromisso em Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se, para fazer perguntas, o Sr. Deputado Jorge Machado.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, fala o Sr. Ministro dos baixos níveis de
contratação coletiva de trabalho, mas sabe muito bem que o responsável por esses baixos níveis de
contratação é o Governo PSD/CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Diz que defende a contratação coletiva, que o objetivo é dinamizar. Sr.
Ministro, o objetivo não é dinamizar a contratação coletiva. Este diploma reduz os prazos de caducidade e de
sobrevigência, não dinamiza, absolutamente nada — aliás, não se dinamiza nada acelerando a morte da
contratação coletiva de trabalho, porque é esse o objetivo deste Governo.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — O objetivo do Governo é liquidar o mais rapidamente possível a
contratação coletiva.
O Sr. Ministro sabe que o verdadeiro objetivo é agravar a exploração e baixar os salários o mais
rapidamente possível, e nós já temos os salários mais baixos da Europa.
O Sr. Ministro (e também o Governo) sabe muito bem que os contratos coletivos de trabalho significam
para muitos trabalhadores mais 100 ou 200 € ao fim do mês e o que o Governo quer impor são salários de
miséria, é a regra do salário mínimo nacional para todos os trabalhadores.
Aplausos do PCP.
Entretanto, assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente António Filipe.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social para
responder.
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Sr. Presidente, para responder a uma
pergunta que não foi feita. De qualquer forma, neste debate, compreendo o incómodo do Partido Comunista
Português.
O Partido Comunista Português, muitas vezes, quer falar em nome dos trabalhadores. Sucede que esta
matéria, que é muito importante, exatamente para permitir que empregadores e trabalhadores se possam
sentar à mesma mesa, possam definir, concretamente, as melhores condições de trabalho em cada setor de