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9 DE JULHO DE 2014

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Para o PCP, é incontestável a necessidade de intervir ao nível dos valores éticos e culturais que continuam

a marcar comportamentos e atitudes, e não é menos verdade que esse combate não terá sucesso se não for

acompanhado por uma ação governativa que combata as causas e fatores que persistem em colocar as

mulheres numa situação de vulnerabilidade económica e social a este fenómeno: a pobreza, o desemprego, a

precariedade, a exclusão do acesso a direitos básicos, os fatores psicossociais, porque aprofundam as

desigualdades e atacam as pessoas nos seus mais elementares direitos.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do Bloco de Esquerda.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: O debate

de hoje é um debate muito importante. Por isso, Sr.ª Secretária de Estado Teresa Morais, as minhas primeiras

palavras terão de ser de espanto perante a reação da Sr.ª Secretária de Estado em relação à realização deste

debate.

Este debate não foi proposto para fazer o balanço, este debate não foi proposto para que se façam ajustes

de contas, este debate foi proposto para que em Plenário se discutisse a situação da violência contra as

mulheres. Esta é que é a questão.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

E, Sr.ª Deputada Teresa Anjinho, tenho que lhe dizer: podem fazer-se perguntas, conferências, audições,

visitas, mas o assunto não pode subir ao Plenário da Assembleia da República?!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — A título de urgência?!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.as

Deputadas, calma! Vamos com serenidade.

Sr.as

Deputadas e Sr.ª Secretária de Estado Teresa Morais, qual é o modelo de debate neste Parlamento

que não é confrontacional? Diga-me, Sr.ª Deputada!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Exatamente!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Pode ser de confronto ou pode ser de convergência, depende do rumo que o

debate levar.

E, infelizmente, a Sr.ª Secretária de Estado não quis seguir o rumo para encontrarmos as saídas.

A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Prejudicam a causa com as vossas declarações na comunicação

social.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Secretária de Estado, ninguém aqui põe em causa todo o trabalho que foi

feito, que não é só do seu Governo. Todo o trabalho que tem sido realizado é do seu Governo, é dos

anteriores governos, é da Assembleia da República, também. Aquilo que hoje aqui trouxemos foi um sinal

público a toda a sociedade, um sinal público às mulheres que são vítimas, mas também um sinal público a

todos aqueles e aquelas que todos os dias lutam contra a violência doméstica. Estamos a dizer-lhes: nós

estamos preocupados. Este assunto merece a dignidade do Plenário da Assembleia da República!

A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Não é isso que está em causa!