I SÉRIE — NÚMERO 103
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A Sr.ª Elza Pais (PS): — Já existia!
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — … foi com este Governo
que se fez o reforço das casas-abrigo para que todas elas possam apoiar medidas de autonomização das
vítimas. Porém, não se reconhece nada de novo! É a teoria da continuidade aquela que o PS perfilha. Pois
fiquem-se com ela, não é verdadeira!
Aplausos do PSD.
Sr.as
e Srs. Deputados: Os números mostram que o pico das queixas de violência às forças de segurança
está em 2010, com 31 000 queixas. A Sr.ª Deputada Elza Pais, se tiver boa memória, lembrar-se-á de uma
entrevista que deu, em 2010, na qual dizia o seguinte: «É positivo que as queixas subam, é positivo que haja
mais reporte às forças de segurança. Isso significa que o sistema está a funcionar». Mas agora que não temos
31 000, temos 27 000, a Sr.ª Deputada diz que os números são exorbitantes.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Eu não disse isso!
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — Então, o que é que eram
no seu tempo, Sr.ª Deputada? O que é que eram senão exorbitantes?
Aplausos do PSD.
Mas, nessa altura, quando o PS era Governo, a tese era: quanto mais queixas, melhor, isso significa a
desocultação da violência. Agora, é: quanto mais queixas pior, a violência está a agravar-se.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Eu não disse isso! Não ponha na minha boca o que eu não disse!
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — Sr.ª Deputada,
convenhamos: tem de escolher uma teoria! Não pode é ter uma quando está no Governo e outra quando está
na oposição. Não bate certo!
Dizia eu, Sr.as
e Srs. Deputados, que a continuidade tem de ser posta em causa. Não há uma mera
continuidade, há uma ampliação, e muito significativa.
O número de aparelhos de teleassistência entregues às vítimas de violência doméstica começou com 13,
em 2011, e estamos em 192, em 2014.
Quanto à vigilância eletrónica aplicada aos agressores, começámos com 51, em 2012, e estamos com 237,
em 2014.
Sr.as
e Srs. Deputados, não há — e até porque quero, com a permissão da Sr.ª Presidente, passar a
palavra ao Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna — tempo suficiente, nem
serenidade nem ambiente para se fazer o debate que o Bloco de Esquerda propõe. Esse debate está em
curso na Comissão, onde o Governo esteve sempre disponível para estar presente, mas o Bloco de Esquerda
não quis. Quis atravessar-se nesse debate com uma discussão no Plenário para que esta matéria se tornasse
afinal uma arma de combate político.
Sr.ª Deputada Helena Pinto, citou uma entrevista da Professora Cristina Soeiro e faz muito bem, pois é
uma excelente técnica, uma excelente profissional. Quanto à pergunta sobre se a violência contra as mulheres
aumentou em Portugal, responde a Professora, na tal entrevista que a Sr.ª Deputada citou: «Não vejo as
coisas assim. A questão é que as mulheres adquiriram a capacidade de relatar o seu próprio problema». É isto
que diz a Professora Cristina Soeiro, Sr.ª Deputada Helena Pinto.
Sr.ª Presidente, com a sua licença, passo a palavra ao Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da
Administração Interna,
Aplausos do PSD e do CDS-PP.