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I SÉRIE — NÚMERO 103

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A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — E quando falamos aqui sobre pobreza, é também sobre mulheres

vítimas de violência que estamos a falar. É só disso que gostava que as Sr.as

e os Srs. Deputados tivessem

consciência.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da

Igualdade.

A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — Sr.ª Presidente, gostaria

de começar por sublinhar que um Governo que coloca como prioridade do seu trabalho o combate à violência

doméstica — e, desde logo, a sua prevenção — não pode desvalorizar os números, nunca os desvalorizou, e

continuará a não os desvalorizar.

O Sr. José Magalhães (PS): — Muito bem!

A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — Prova disso é que,

tínhamos nós tomado posse há quatro ou cinco meses, fizemos a primeira campanha contra a violência

doméstica do meu Governo, que mostrava uma mulher morta numa bancada da morgue e que no verso dizia

isto: «Nos últimos cinco anos, 176 reconciliações acabaram em morte», ou seja, em Portugal, 176 mulheres

foram vítimas de violência doméstica até à morte, mulheres que tiveram a esperança de que a última

reconciliação fosse a valer, e acabaram assim.

Esta campanha, feita quatro ou cinco meses depois da nossa tomada de posse, mostrava, desde logo, a

plena consciência da gravidade dos números. Se as Sr.as

e os Srs. Deputados fizerem a contabilidade, é fácil:

eram 176, nos últimos cinco anos (e estávamos em 2011), pelo que a média era de mais de 35 mortes por

ano. Portanto, Sr.as

e Srs. Deputados, realmente os números são muito graves, foram sempre muito graves, e

não são hoje mais graves do que eram no passado.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Isso é que é discutível!

A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — E isto pode ser

comprovado de uma outra forma. Tenho aqui um gráfico que mostra quantas foram as mortes nos últimos

anos. É dramático. São números exorbitantes, preocupantes!

Mas vejamos: com subidas e descidas e oscilações ao longo de todos estes anos, segundo números do

Observatório da UMAR até 2010, em 2008 foram mortas 40 mulheres e 38 em 2010 — aliás, a UMAR

começou por ter um relatório que dizia que eram 40 mas, mais tarde, corrigiu esses números para 3.

A partir do RASI (Relatório Anual de Segurança Interna), em 2011, foram 27, em 2012, 37, e, segundo o

RASI do ano passado, o primeiro que desagregou as vítimas por sexo, ficámos a saber que foram 30 mulheres

e 10 homens aquelas e aqueles que morreram em função do homicídio conjugal e da violência no seio da

família.

Portanto, Sr.as

Deputadas, isto mostra a consciência que temos, desde o primeiro dia, da gravidade dos

números. Não temos, nunca tivemos, em relação a isso, nenhuma hesitação, pelo que não vale a pena vir aqui

dizer que a intervenção desvaloriza a importância do debate. Não desvaloriza o tema, nunca o desvalorizou!

Sr.ª Deputada, o que está aqui em causa é a maneira como o Bloco de Esquerda procedeu neste debate, é

a forma que utilizou para o fazer, é a forma como «tirou o tapete» aos restantes partidos,…

Protestos do BE.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Essa agora!