11 DE JULHO DE 2014
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Por que será?!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — … como se essas dificuldades não fossem reconhecidas por esta
maioria ou por quem nos governa e como se não fossem feitos todos os esforços, todos os dias, para proteger
quem menos tem no nosso País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados, é nisto que se transformou o debate e a dialética parlamentares. E é
precisamente isto que afasta os portugueses da política, é isto que alimenta a abstenção e é isto que
descredibiliza esta Casa, que é a Casa da democracia!
Por isso, faço um apelo, aliás, lanço um desafio aos partidos da oposição. Por uma só vez, neste final de
sessão parlamentar, sejamos diferentes: ao invés de se alimentar mais uma discussão oca, mais uma
discussão circunstancial, mais uma discussão inconsequente, a oposição tem aqui oportunidade de nos dizer,
de forma clara, o que é necessário fazer para definirmos em conjunto as linhas estratégicas para o futuro do
País.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Rua!
O Sr. João Oliveira (PCP): — É saírem de cena!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Aliás, foi criada, no Parlamento, uma comissão parlamentar para
discutir as tão necessárias reformas estruturais, mas a oposição recusou-se a fazer parte desse debate.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Se não é por via de uma comissão parlamentar, digam-nos, então,
o que propõem, como é que querem iniciar este debate.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Eleições! Propor eleições!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados, que exemplo dá a Assembleia
da República ao exortar constantemente o Governo ou os parceiros sociais para que encontrem soluções no
enquadramento da concertação social quando nós próprios, Deputados eleitos, representantes do povo
português,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Os senhores já não representam nada! Foram derrotados nas eleições!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — … somos incapazes de nos sentar para decidir — e já não digo
para concordar — sobre as reformas do País?
Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados, os consensos são possíveis. Mais do que uma crença, mais do que um
ato de fé é um facto! Podemos ver o exemplo do acordo sobre o IRC ou o mais recente acordo, assinado
ainda esta semana, entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses, aliás, num
reconhecimento meritório ao esforço de reajustamento que as autarquias estão, maioritariamente, a cumprir.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Os consensos são, de facto, possíveis. E sendo a política a arte do
possível, os consensos são a sua expressão mais prática e mais visível.