I SÉRIE — NÚMERO 2
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Aplausos do PS.
Por este caminho, Sr. Ministro, quem perde é a educação e o País e o Sr. Ministro corre o risco de vir a ter
mesmo o título de coveiro da escola pública.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se ainda, para intervir, a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes,
e o Sr. Deputado Duarte Filipe Marques, do PSD.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro: Queria dizer que fiquei
absolutamente chocada com a afirmação que o Sr. Ministro fez de que o que interessa são os grandes
números, não é olhar para este caso ou para aquele.
Professores, alunos, pais, funcionários, todos os que integram ou que estão relacionados com a
comunidade educativa ficam a saber que o problema que sentem hoje na abertura do seu ano letivo é
considerado, pelo Ministro da Educação, este caso ou aquele. Não, Sr. Ministro! É preciso um pouco mais de
respeito por aqueles que estão, de facto, confrontados com os problemas. É porque aquilo que o Sr. Ministro
tenta passar é que praticamente não existem.
Pergunto, então, ao Sr. Ministro, por que carga de água é que o Ministério da Educação está a ser
inundado por reclamações. Por alguma razão é, Sr. Ministro. As pessoas não têm empenho em mandar
reclamações para o Ministério da Educação porque não têm mais nada que fazer, Sr. Ministro. É porque, de
facto, têm um problema concreto e querem uma resposta do Ministério da Educação.
A pergunta que se impõe fazer a seguir é a seguinte: por que é que o Ministério da Educação não responde
a essas reclamações? Porque à Assembleia da República chegam inúmeras denúncias de que não têm
resposta por parte do Ministério da Educação, têm um Ministério da Educação surdo e que, de facto, não se
confronta, sequer, com os problemas que são denunciados.
Ora, esta falta de diálogo, este autoritarismo por parte do Ministério da Educação procurando ignorar as
situações é, na nossa perspetiva, profundamente preocupante.
Gostava, pois, de saber se o Sr. Ministro reconhece problemas na abertura do ano letivo e que problemas
reconhece. Já disse tudo aquilo que acha que está muito bem, agora, diga, por favor, se acha que há alguma
coisa que está mal, para que possamos também, no âmbito do nosso poder de fiscalização relativamente ao
Governo, perceber que tipo de resposta o Governo pretende dar àquilo que o próprio Governo considera que
são problemas.
Sr. Ministro, também gostava de ter uma resposta muito concreta relativamente ao facto de saber se o
Governo reconhece ou não injustiças criadas com a bolsa de contratação de escolas. É importante que o Sr.
Ministro diga se considera que está tudo bem ou se reconhece ou não que foram criadas injustiças.
Por outro lado, para falar de grandes números, como o Sr. Ministro disse que gostava, queria dizer que não
houve, no passado, muito provavelmente, professores desempregados como os que o senhor conseguiu criar.
Este Ministério da Educação foi uma fábrica de desemprego de professores, e esses professores que estão no
desemprego e que fazem falta nas escolas estão hoje confrontados com seriíssimos problemas devido à
política economicista do Ministério da Educação e aos critérios absolutamente injustos criados para a não
colocação de professores.
Sr. Ministro, o senhor criou muitos problemas em Portugal e é importante, de facto, que este Governo saia
para que esses problemas tenham oportunidade de ser resolvidos.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção cabe ao PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Filipe Marques.