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18 DE SETEMBRO DE 2014

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A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, queira concluir. A Mesa distraiu-se e o Sr. Deputado já excedeu

bastante o tempo de que dispunha.

O Sr. Nuno Reis (PSD): — Termino, relembrando à Sr.ª Deputada que 23% dos hospitais da ex-União

Soviética estavam num estado tal que necessitavam de ser reconstruidos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PCP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — O senhor é um ignorante!

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Reis, o seu discurso é de propaganda e

é ofensivo para os utentes que não conseguem aceder, por dificuldades económicas, às consultas e aos

tratamentos. Também é ofensivo para os profissionais de saúde que viram os seus direitos e as suas

remunerações cortadas, que continuam em situação precária, mesmo cumprindo funções permanentes nos

centros de saúde e nos hospitais, e o seu Governo insiste em mantê-los nesta situação.

De facto, o seu discurso e a sua intervenção relevaram desprezo pelas dificuldades das pessoas, quer dos

utentes, quer dos profissionais de saúde.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Deputado, já que falou de factos, vamos aos factos, e estes não são o

PCP que os diz mas um estudo que foi baseado num inquérito aos médicos.

Esse inquérito aos médicos do nosso País revela o seguinte: 50% dos médicos diz que os doentes faltam

às consultas devido aos custos das taxas moderadores e dos transportes; 60% dos doentes abandona

frequentemente as terapêuticas por causa da incapacidade financeira; um terço dos médicos deixa de

prescrever medicamentos porque os doentes não têm capacidade para os comprar; 80% dos médicos

considera que os cortes aplicados no financiamento do SNS comprometeram a qualidade e a acessibilidade

dos cuidados.

É isto que pensam os profissionais de saúde que estão no nosso SNS e que, mesmo perante todas estas

dificuldades e os ataques de que são alvo, não abandonaram a «camisola» e continuaram a fazer tudo por

tudo para que os portugueses tenham os melhores cuidados de saúde, que merecem.

Vozes do PCP: — Muito bem!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Mais, Sr. Deputado: falou na carência de profissionais. É verdade que o seu

Governo não só não resolveu a falta estrutural de médicos — bem o referiu —, como, para além disso, os

empurrou para fora de Portugal. Entre 2011 e 2013, foram 1371 os médicos que solicitaram a declaração de

reconhecimento de qualificações profissionais fora de Portugal.

Porque é que não cria condições para os atrair e para ficarem no nosso País? Isto é que era preciso deste

Governo, não era investir na formação e mandá-los para fora! O que era preciso era garantir condições e

direitos para que os médicos continuassem cá.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Deputado, quanto a enfermeiros, digo-lhe que 2814 pediram esta

mesma declaração só no ano de 2012 — imagine-se quantos mais não são! Todos os dias, há cuidados que

não são prestados, equipas que são reduzidas, o que pode, inclusivamente, colocar em causa o próprio