3 DE OUTUBRO DE 2014
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criaram-se novas ofertas educativas, adaptaram-se currículos, reduzindo a dispersão curricular, e reforçaram-
se disciplinas consideradas estruturantes.
Esta tem sido, a nosso ver, a melhor maneira de defender a escola pública e de garantir a melhoria da
qualidade de ensino, com rigor, com uma noção muito clara do caminho a seguir e garantindo uma igualdade
efetiva de oportunidades, sempre partindo da ideia de que a educação é um dos mais importantes fatores de
desenvolvimento da sociedade e fundamental na eliminação das assimetrias sociais.
É dito num dos diplomas em apreço que investir no ensino público de qualidade é investir num futuro
promissor para o País. Pois é isto mesmo que se está a fazer, Sr.as
e Srs. Deputados, com determinação,
envolvendo todos os intervenientes no processo, pelos nossos jovens e pelo futuro de Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Michael
Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Os diplomas hoje em apreço (o
debate já está quase no fim) partem todos do princípio de que o número de alunos por turma é um fator
preponderante na qualidade do ensino ou/e no resultado dos alunos.
Parece evidente, se estivermos, digamos, em conversa de café, que assim é: menos alunos, professores
mais concentrados, com capacidade para ir mais ao encontro das especificidades de cada um deles.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Parece um norueguês a falar!…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Enfim, para conversa de café, não está mal.
Para quem queira fazer um debate esclarecido, baseado na investigação científica, nos estudos
internacionais, a conclusão a que chegamos é que, no caso português (e não estamos a falar de 50 alunos por
turma), e dentro das balizas em que se move a esmagadora maioria dos países da OCDE, o número de
alunos por turma não afeta a qualidade do ensino, não afeta o resultado dos alunos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Os noruegueses dizem o contrário!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Vou ler (está em inglês, mas sei que nem todos os Deputados
dominam, pelo que traduzirei ao vivo) um excerto da página 442 do relatório Education at a Glance, de 2014,
da OCDE. Diz-se aí o seguinte: «Em geral, não se comprova que o efeito da diferença no tamanho das turmas
tenha um impacto na qualidade do ensino e na performance dos alunos».
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
Sr. Deputado João Oliveira, tenho a certeza de que, na União Soviética, um professor por aluno seria a
grande utopia. Nós temos de viver na realidade, Sr. Deputado.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, deixem ouvir o orador.
Faça favor de continuar, Sr. Deputado.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Deputado, deixe que ouçam o que diz o Conselho Nacional de
Educação, onde membros nomeados pelo PCP têm assento.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Um papagaio diria a mesma coisa!