4 DE OUTUBRO DE 2014
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Sr.ª Deputada, estamos de acordo. Portugal tem um dos melhores serviços de saúde do mundo, mas não
aconteceu com a contribuição do Partido Comunista Português.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, a bem da saúde — pelo menos, espero que a bem
da saúde do debate —, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
Tem 1 minuto para responder, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada do PSD, é lamentável que a resposta que o PSD
dá aos problemas concretos que nós aqui colocamos seja essa.
Sr.ª Deputada, diga lá o que é que, de concreto, o Governo disse àquilo que nós aqui colocamos? E
colocamos aqui problemas concretos de Aveiro, de Santa Maria da Feira, do Algarve,…
Protestos do PSD.
… colocamos aqui os problemas da emergência médica e qual é a resposta? A resposta é a ausência de
resposta e isso acontece porque é esta a política do Governo.
E digo-lhe mais, Sr.ª Deputada: se o Serviço Nacional de Saúde, hoje, não está em piores condições deve-
se não à política do Governo mas ao brio dos profissionais, deve-se àqueles que todos os dias, no Serviço
Nacional de Saúde, trabalham em prol do direito à saúde.
Aplausos do PCP.
São os enfermeiros, são os assistentes operacionais, são os assistentes técnicos, são os médicos. E, Sr.ª
Deputada, quanto ao modelo que nós defendemos, é aquele que está na Constituição. É o direito que os
portugueses têm à saúde, a um Serviço Nacional de Saúde gratuito, geral e que cumpra aquilo que está na
Constituição e não aquilo que o PSD ou o Governo PSD/CDS-PP têm feito.
Sr.ª Deputada, tenha mais respeito por aqueles que todos os dias lutam para que o Serviço Nacional de
Saúde consiga, nestas circunstâncias, manter as condições de acesso aos portugueses.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, vamos passar à fase de encerramento.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: 35 anos do Serviço Nacional de Saúde são 35 anos ao serviço dos portugueses, ao serviço da
saúde das populações.
Uma das mais importantes conquistas de Abril, o SNS permitiu melhorar substancialmente os indicadores
de saúde em Portugal, aumentar a esperança de vida e diminuir em muito a mortalidade infantil.
É por isso que se torna imperioso defender e reforçar o Serviço Nacional de Saúde, enquanto instrumento
fundamental de acesso à saúde para a generalidade das famílias portuguesas, enquanto serviço público
universal, geral e tendencialmente gratuito, como, de resto, se encontra consagrado na nossa Constituição.
Mas defender e reforçar o Serviço Nacional de Saúde não se consegue com as políticas e com os cortes
que este Governo tem vindo a fazer.
Entre 2010 e 2014, o Governo impôs um corte na redução da despesa com o Serviço Nacional de Saúde
de 1667 milhões de euros — dados do próprio Governo.
E a forma como este Governo tem fragilizado o SNS, através de cortes sucessivos, contrasta
grosseiramente com a disponibilidade do Governo em continuar a financiar os grupos económicos privados da
saúde. Se, por um lado, as transferências do Orçamento do Estado para o Serviço Nacional de Saúde