31 DE OUTUBRO DE 2014
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A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Galamba (PS): — Com um pequenino crescimento do consumo, um pequenino alívio da
austeridade e um pequeno aumento do emprego, regressam todos os desequilíbrios do passado.
Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, este Governo, o seu Governo, pode ter feito muita coisa, mas transformar
estruturalmente, no sentido positivo e sustentável, a economia portuguesa, não foi seguramente uma delas. E
a única coisa que, neste momento, está a acontecer é que os portugueses podem ter a certeza que há
instituições e partidos que combatem as medidas que os senhores tomaram, parte das quais foi revertida.
Essa é, de facto, a única notícia que pensionistas e funcionários públicos e o País terão para 2015.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, os tempos são imputados no tempo geral de cada grupo parlamentar
e, por isso, há mais tolerância. Mas, por uma questão de equilíbrio, peço sempre aos grupos parlamentares
que façam o possível por respeitar o tempo.
Tem, agora, a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Hugo Lopes Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Deputado do Partido
Socialista que acabou de intervir representa o Partido Socialista que é contra o aumento das pensões mínimas
e das pensões rurais. E como nunca é demais lembrar, queria aqui dizer que nós não somos contra esse
aumento. Nós, nesta maioria, nós, no Governo, temos a vontade política firme de continuar sempre a proteger
aqueles que mais precisam e, Sr. Deputado João Galamba, a aumentar as pensões mínimas e as pensões
rurais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr. Primeiro-Ministro, pensei que era hoje que um dos segredos mais bem guardados da política
portuguesa iria ser desvendado. Depois de duas intervenções do Partido Socialista, pensei que iria ser hoje
que iríamos perceber por que é que o Partido Socialista anunciou o seu voto contra este Orçamento do
Estado.
É que uma das poucas coisas que este Partido Socialista já anunciou foi que, caso fosse governo, não
poderia repor os níveis salariais. Ora, este Orçamento do Estado repõe parte das remunerações que os
funcionários públicos haviam perdido.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É verdade!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Será o Partido Socialista contra essa reposição das remunerações à
função pública e será por isso que vota contra este Orçamento do Estado? Uma das poucas coisas que este
Partido Socialista já anunciou é que não podia baixar os impostos, a não ser, verdade seja dita, o IVA da
restauração. Ora, este Orçamento do Estado baixa a carga fiscal.
O Sr. João Galamba (PS): — Baixa a carga fiscal?! Onde?!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Será que é por isso que o Partido Socialista é contra este Orçamento
do Estado? Será porque é contra a redução dos impostos, designadamente do IRC? É que eu já o ouvi, Sr.
Primeiro-Ministro! Já ouvimos este Partido Socialista dizer que o acordo dado à reforma do IRC e à baixa dos
impostos das empresas, que é amiga do emprego, não foi dado por este Partido Socialista, foi pelo outro
Partido Socialista. Ora, assim, não sei em que é que ficamos…
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Há dois Partidos Socialistas! Há um PS bom e um PS mau!