31 DE OUTUBRO DE 2014
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São atualizadas as pensões mínimas para mais de 1,1 milhões de pensionistas. Mantém-se a majoração
do subsídio de desemprego para casais em que ambos os cônjuges estejam desempregados. Alarga-se o
subsídio de desemprego para empresários em nome individual e criam-se mecanismos de proteção social
para pequenos empresários e comerciantes.
Em paralelo, Srs. Deputados, são mantidas as taxas extraordinárias sobre pensões e salários mais
elevados, sobre as empresas com mais lucros, e sobre sectores especiais, nomeadamente a banca, a energia
e a indústria farmacêutica.
Continua a reduzir-se a despesa com as PPP, com as indemnizações compensatórias a empresas públicas
e com a máquina do Estado, a qual vai prosseguir a modernização e a aproximação aos cidadãos a um ritmo
crescente.
Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Portugal viveu,
nos últimos três anos, um período muito difícil da sua história. A nossa governação esteve tutelada por
entidades externas. Foram muitos os sacrifícios solicitados às empresas e às famílias portuguesas.
Aprender com a história é nosso dever. Evitar repetir os mesmos erros e evitar voltar a confiar nos mesmos
que provocaram esta situação, é a obrigação de todos nós.
O PSD é um partido inconformado e reformista e está ciente das dificuldades que persistem, do muito que
há a fazer para Portugal ser um País mais desenvolvido e mais justo. Mas o PSD também está convicto da
missão cumprida, de Portugal ter sido conduzido a uma saída limpa do programa de ajustamento e de terem
sido lançadas as bases de um processo sustentável de crescimento, de emprego e de melhoria do poder de
compra das famílias.
Talvez seja esta a realidade que assusta a oposição, mas também é esta a realidade que nos leva a dizer,
Deputados do PSD, que estamos muito orgulhosos do trabalho feito e que estamos convictos de um novo ciclo
de esperança para Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Paula Santos, do
PCP, Mota Andrade, do PS, e Mariana Mortágua, do BE.
O Sr. Deputado Duarte Pacheco responderá em conjunto aos três Srs. Deputados.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Duarte Pacheco, começo por lhe fazer já uma
pergunta a propósito do debate que aqui tivemos hoje de manhã. Apesar de o Tribunal Constitucional obrigar à
reposição integral dos salários em 2016, hoje, no debate, ouvimos o Primeiro-Ministro afirmar que, se for
Primeiro-Ministro, será congruente com aquilo que defendeu, ou seja, uma reposição à razão de 20% por ano,
e que, portanto, irá propor que, em 2016, haja uma nova reversão de 20% dos salários para os portugueses.
A questão que lhe coloco é se é esta a perspetiva que o PSD tem, a de que, em 2016, pretende impor
novos cortes nos salários, de 2016 a 2018, sabendo que isso contraria a decisão do Tribunal Constitucional.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Deputado, ouvimos a sua intervenção e o que pudemos registar foi que
nada disse sobre o impacto das políticas que este Governo tem vindo a implementar nos últimos três anos,
nomeadamente naquela que é a realidade concreta, na vida das pessoas, naquilo que as pessoas vivem e
sentem todos os dias, nas suas dificuldades em aceder a um conjunto de direitos.
O que podemos concluir é que se trata de uma intervenção com um objetivo, o de branquear as
consequências da política que este Governo prosseguiu nos últimos anos. E essas consequências são bem
claras, Sr. Deputado: desemprego, emigração forçada, nomeadamente dos mais jovens, desigualdades e
empobrecimento.
Pergunto-lhe, inclusivamente, o seguinte, Sr. Deputado: quando disse que tinha orgulho na política e
naquilo que tinha sido feito por este Governo, é disto que tem orgulho, é desta situação concreta, das pessoas
cada vez mais pobres, das pessoas cada vez com mais dificuldades para aceder aos seus direitos?