I SÉRIE — NÚMERO 21
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Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias, do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, estes artigos do
Orçamento são a gazua com que, mais uma vez, o Governo quer escancarar aos grupos económicos a
apropriação de setores estratégicos da economia nacional. Já percebemos que o PSD e o CDS continuam a
defender para o nosso País a gestão «tipo BES» dos setores estratégicos da nossa economia.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não é essa a nossa opção e não devia ser essa a opção do País.
Os senhores querem entregar, nem que seja de borla, a TAP, a companhia aérea de bandeira, a EMEF —
Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviária ou a CP Carga, o operador ferroviário de mercadorias.
Querem que aconteça a estas empresas o que já aconteceu com a Sorefame e está a acontecer com a PT.
Não podemos ir por esse caminho, Srs. Deputados! Estas empresas, que são do Estado porque o seu
dono é o povo, que são ferramentas estratégicas para o desenvolvimento, para a criação de riqueza e para a
soberania nacional, não podem ser alienadas por muito apetitosos que esses negócios possam ser para os
grupos económicos.
Esta autorização para vender o País às peças não pode continuar. O País precisa de um Governo e não de
uma comissão liquidatária. E precisa, principalmente, de uma outra política, que defenda o País e cumpra a
Constituição.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, continuando no Capítulo VI, passamos à proposta do BE de um
artigo 124.º-H — Preservação da propriedade e da gestão públicas da TAP — Transportes Aéreos
Portugueses, SGPS S.A. e do serviço por ela prestado.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, tudo
aquilo que foi dito para a PT vale para a TAP. A TAP é a prova de que uma empresa do Estado pode ser bem
gerida, pode crescer, pode ser moderna. Aliás, os problemas surgem quando essas empresas começam a ser
pressionadas no sentido de cortar custos para, depois, serem privatizadas e para crescer o interesse dos
grandes grupos privados.
Ao contrário do que acontece com a PT, o problema da TAP ainda pode ser evitado. O erro da privatização
da TAP ainda pode ser evitado. Por isso, propomos: não privatizem a TAP; não vendam o que resta do País a
retalho, porque é o património das gerações futuras que estão a desbaratar hoje, em nome de interesses
«curto prazistas» e irresponsáveis do ponto de vista do desenvolvimento do País. Não vendam a TAP!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições neste domínio, passamos ao Capítulo
VII — Financiamento do Estado e gestão da dívida pública.
Começamos pela apreciação do artigo 131.º — Financiamento de habitação e de reabilitação urbana.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Prôa, do PSD.
O Sr. António Prôa (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, com o
artigo 131.º da proposta de lei, que diz respeito ao financiamento de habitação e de reabilitação urbana, o
Governo confirma a aposta e o apoio à reabilitação urbana. De facto, se, por um lado, aumenta de 10 para 50
milhões de euros a possibilidade de financiamento do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU),