26 DE NOVEMBRO DE 2014
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O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, vou concluir, dizendo que, de um lado, temos os
partidos da maioria preocupados com o futuro das próximas gerações, e, do lado contrário, da oposição,
temos os partidos apenas preocupados com as próximas eleições.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para intervir, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais e Sr. Deputado Michael Seufert, registo que não disseram uma palavra sobre as propostas
fiscais que o PCP apresentou. E registo que o não fizeram certamente por má consciência, porque ontem, na
COFAP (Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública) chumbaram as propostas que
apresentámos, e chumbaram-nas, obviamente, porque a natureza da vossa política é o que é.
Nós apresentámos um conjunto de propostas que significavam não só a eliminação da sobretaxa no IRS e
a reposição da cláusula de salvaguarda no IMI, mas também propostas fiscais que permitiam aliviar os
impostos aos trabalhadores e aos pequenos e médios empresários, tributando de forma mais justa as grandes
empresas e o grande capital.
Vozes do PCP: — Ora bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Apresentámos propostas fiscais quantificadas, Sr. Deputado Michael
Seufert, que significavam uma redução de impostos aos trabalhadores e às pequenas e médias empresas de
5500 milhões de euros, em sede de IRS, em sede de IVA e também em sede de IRC, com as medidas de
tributação que propomos, nomeadamente em relação à definição do teto de 12 500 € para tributação dos
lucros das pequenas e médias empresas.
Ao mesmo tempo, apresentámos propostas que permitiriam cobrar 9310 milhões de euros de impostos
sobre o grande capital, sobre as grandes empresas, sobre as transações financeiras e sobre o património
imobiliário. Obviamente que esses são os interesses que os senhores servem, por isso recusam estas
propostas.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas estas propostas não são apenas de elementar justiça fiscal, como
também são propostas que permitem financiar o Estado para cumprir as suas funções sociais na saúde, na
educação, na cultura e na segurança social.
Estas são, Sr.as
e Srs. Deputados, propostas que rompem efetivamente com a política de direita e que
apontam um caminho alternativo para o País e, portanto, não espanta que os senhores as recusem, mas vão
ter de continuar a ser confrontados com elas, porque ao terem a opção de penalizar os trabalhadores, de
continuar o saque fiscal sobre os trabalhadores…
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP):— … e de perpetuarem a injustiça fiscal, têm de a assumir e de ser
confrontados com ela.
Para terminar, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Secretário de Estado Paulo Núncio, o vosso crédito fiscal é tão
bom que tiveram de criar uma cláusula de salvaguarda para proteger os portugueses dessa benfeitoria que
introduzem.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP):— Termino já, Sr.ª Presidente.