27 DE NOVEMBRO DE 2014
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A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, hoje, neste
debate da reforma do IRS, uma reforma amiga das famílias, não posso deixar de, mais uma vez, voltar a
referir, ou até repetir, os fundamentos que fazem desta reforma ser mais justa e mais equitativa, conferindo
maior estabilidade ao sistema fiscal.
É uma reforma mais justa fiscalmente, porque protege as famílias ao introduzir, pela primeira vez, o
coeficiente familiar. Os filhos até aos 25 anos sem rendimentos e os ascendentes a cargo passam a ser
considerados no IRS de cada família.
É uma reforma mais justa fiscalmente, porque todas as despesas familiares são dedutíveis, todo o tipo de
despesas realizadas contam para efeitos de IRS.
É uma reforma mais justa fiscalmente, porque permite que 120 000 famílias deixem de pagar IRS, com o
aumento do mínimo de existência para 8500 €.
É uma reforma mais justa fiscalmente, porque garante que cada família possa beneficiar do regime mais
favorável.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Já agora, se puder, explique a influência do aumento do ordenado mínimo
nacional no valor mínimo de subsistência!
A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados da oposição, é necessário fazer uma
diferenciação. Esse é o vosso problema: não a conseguem fazer. É por isso que o Presidente da Comissão
para a Reforma do IRS não compreende a falta de consenso na Assembleia da República.
Injustiça fiscal é colocar todos os contribuintes, todos, sem exceção, desde os de mais baixos rendimentos
aos com mais altos rendimentos, a subsidiar serviços que não são de primeira necessidade.
Injustiça fiscal é manter a discriminação fiscal do casamento.
Injustiça fiscal é manter a taxa do IRC em 23% para as pequenas e médias empresas.
Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, após estas minhas considerações sobre esta reforma do
IRS, o que pretendo é que esclareça esta Câmara, principalmente os Srs. Deputados da oposição — incluindo
o Sr. Deputado Paulo Sá —, que deviam ser os primeiros a reconhecer os benefícios desta reforma, que, ao
contrário do que a oposição afirma, não há um aumento de impostos, mas, sim, um alívio fiscal para as
famílias portuguesas. É bom que se clarifique, principalmente os portugueses que, neste momento, nos
ouvem, que uma coisa é o aumento da carga fiscal e outra é o aumento da receita fiscal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, em
primeiro lugar, queria dizer-lhe que hoje é um dia muito importante para o CDS, consideramos mesmo que é
um dia que ficará marcado na história.
Protestos do PCP.
É o dia em que, finalmente, Portugal passará a ter uma política fiscal amiga das famílias, política fiscal,
esta, que reconhece a especificidade e a importância das famílias e o tema da natalidade.
Dizemo-lo, porque hoje será aprovado o coeficiente familiar, através do qual aqueles que têm filhos ou avós
a cargo têm uma ponderação especial por cada filho ou ascendente a cargo, que pode, em determinados
casos, significar benefícios até 2000 €.
Por isso, Sr. Secretário de Estado, para nós também é preciso clareza e clarificação…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Menos demagogia!