13 DE DEZEMBRO DE 2014
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem ainda a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, falemos de estimativas, de
previsões, de quem é que acerta e de quem é que não acerta. Ó Sr. Primeiro-Ministro, depois de os senhores
terem batido o recorde nacional e europeu de orçamentos retificativos numa só Legislatura esse é um tema
que devia ser tabu para si.
Aplausos do PS.
Quem colocou na agenda política, em plenas eleições autárquicas, a questão do resgate foi o Sr. Primeiro-
Ministro, não foi o Partido Socialista. Convém que não o esqueçamos!
Aplausos do PS.
Sobre o problema da estagnação ou do crescimento, é evidente que tivemos uma recessão brutal. E se,
depois de uma recessão brutal, as organizações internacionais disserem que vamos crescer, em 2015, entre
1,2% e 1,3%, isso é uma estagnação, e não podemos ficar satisfeitos com isso.
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — É, digamos, uma queda brutal que não é minimamente compensada por
uma subida minimamente visível do crescimento económico. Ainda por cima, aquilo que o senhor diz não é a
realidade, porque, fundamentalmente, a procura interna e não as exportações é que são o motor do
crescimento para o ano que vem, e isso é a falência do tal modelo neoliberal.
Gostava de lhe dar um outro exemplo do neopopulismo que o Sr. Primeiro-Ministro está, neste momento, a
ensaiar para discurso eleitoral: é aquela história do Governo contra os poderosos, do Portugal que não tem
donos, de que acabou a confusão entre o Estado e os grupos económicos… É preciso que o Sr. Primeiro-
Ministro perceba que os problemas que hoje existem não têm que ver com essa relação entre o Estado e os
grupos económicos. Os problemas que existem na PT, e que são gravíssimos — e parece que o Sr. Primeiro-
Ministro fica contente com estes problemas —, não aconteceram por causa da golden share, aconteceram
pela saída, pela falta e pela não substituição dessa golden share por outros instrumentos.
Por exemplo, o que se passa no Grupo Espírito Santo é também gravíssimo para o País. Portanto, faz-me
confusão como é que o Sr. Primeiro-Ministro continua a avançar alegremente para a privatização da TAP
vendo o que se está a passar em relação a estes grandes grupos. Parece que está satisfeito com a queda do
que chama os mais poderosos e que, no entanto, eram centros fundamentais de decisão que existiam em
Portugal e que permitiam em Portugal e a Portugal ter um papel bastante mais ativo na globalização. É isso
que é lamentável, Sr. Primeiro-Ministro.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, não disponho de muito tempo
para lhe responder, mas quero dizer duas coisas: em primeiro lugar, crescer 1,2 %, 1,3%, ou 1,5%, que são as
previsões do Banco de Portugal, não é estagnação em parte nenhuma do mundo.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!