19 DE DEZEMBRO DE 2014
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Só uma política alternativa que assegure essa valorização do trabalho e dos trabalhadores poderá conduzir
o País ao desenvolvimento e ao progresso que sucessivos governos do PS, do PSD e do CDS, com as suas
opções políticas, têm negado.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Paulo
Oliveira.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Deputado
Pedro Delgado Alves, julgo que não entendeu uma boa parte da minha intervenção, pelo que aproveito para
voltar a colocar-lhe algumas questões.
O que procurei evidenciar na minha intervenção foi a incapacidade manifesta que o Partido Socialista tem
em reconhecer a sua total responsabilidade no facto de ter conduzido o País à bancarrota, de ter chamado a
troica e, com ela, as políticas de austeridade e de, com essa sua política e com a sua atitude, ter conduzido
milhares de portugueses à miséria e à pobreza.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — O que queria evidenciar era a incapacidade do Partido Socialista em
reconhecer que a Região Autónoma dos Açores apresenta a maior taxa de desemprego do País, tem a taxa
de população ativa mais baixa, tem a mais elevada taxa de abandono escolar precoce no País, tem a maior
taxa de cobertura do rendimento social de inserção e a maior taxa de risco de pobreza.
Queria também evidenciar a incapacidade do Partido Socialista em reconhecer todos os dados sociais e
económicos positivos que temos conseguido alcançar ao longo dos últimos três anos.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, para terminar, gostaria de evidenciar que o Partido Socialista, uma vez
mais, perdeu uma belíssima oportunidade de dizer aos portugueses, a Portugal, qual é, afinal, a sua
alternativa.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Devo
dizer ao Sr. Ministro da Economia e aos Srs. Deputados da maioria que quando os senhores quiserem falar de
um País em que uma imensa maioria passa fome e miséria e em que uma minoria vive na opulência não
precisam de falar de um país inventado, basta olhar para a vossa lapela.
O resultado da ação governativa que os senhores levaram a cabo, apoiados pelas bancadas do PSD e do
CDS-PP, foi a fome e a miséria, num País com potencialidades desperdiçadas e com riqueza concentrada,
que condena o futuro da imensa maioria dos portugueses ao drama da fome, da miséria e da pobreza para
satisfação de uma meia dúzia de beneficiários dessa situação.
Portanto, repito, não precisam de falar de um País inventado, falem do País que os senhores arrastaram
para a ruína, falem das vidas das pessoas que os senhores arruinaram e que não querem de novo recuperar.
Sr. Ministro da Economia, ainda bem que os senhores falam da banca e dos banqueiros privados com
orgulho, porque, pelo menos, ficam claras as opções políticas e ficam claras as opções que, em matéria de
distribuição da riqueza, são os modelos de sociedade que os senhores têm.
Digo-lhe mais, Sr. Ministro: continuamos, com orgulho, a defender a opção de nacionalização da banca e
de colocar a banca ao serviço do País, como todas as empresas públicas de setores estratégicos, porque,
sendo públicas, servem todos os portugueses, não servem uma meia dúzia de acionistas; porque, sendo
públicas, servem os portugueses das ilhas e do continente, aqueles que foram obrigados a emigrar pela vossa
ação política, servem o interesse do desenvolvimento nacional. O que os senhores fazem é exatamente o
contrário.