I SÉRIE — NÚMERO 32
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O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não sabem!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Percebeu mal!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Srs. Deputados, entrando agora no tema específico do
nosso debate, em Portugal, de facto, não está tudo bem, e ainda há muito trabalho para fazer.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — E nós cá estamos!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Este Governo vai continuar a trabalhar durante o seu
mandato…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — E no próximo!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — … e confia que os portugueses escolherão estes mesmos
protagonistas para continuar a trabalhar num próximo mandato, porque há ainda muito para fazer, há muitos
problemas dos portugueses para resolver.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
No entanto, o importante é notar que, depois de um esforço que foi duro, que foi prolongado, em que
tivemos de fazer um ajustamento penoso, hoje, três anos e meio depois, com o programa de ajustamento
concluído, o País está melhor. Ainda não o sentem todos os portugueses, é um facto. Infelizmente, ainda nem
todos os portugueses sentem que o País está melhor, mas há muitos que já sentem: os que entretanto
recuperaram ou encontraram emprego; os que viram as suas empresas encontrar novos negócios; os que
veem mais perspetivas para o futuro; os que veem que irão pagar menos impostos no próximo ano,
recuperando parte do seu rendimento; os que viram, no caso, em particular, do setor público, o seu salário
aumentar por via do salário mínimo e do impacto que isso teve nos restantes salários; os pensionistas que
viram as pensões atualizadas; e muitos outros portugueses que veem que a situação está a melhorar.
Porém, a situação está a melhorar a um ritmo lento. E está a melhorar a um ritmo lento, particularmente por
duas razões.
Primeira, porque o problema era, de facto, muito grande, Srs. Deputados.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — O problema era gigante!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — O problema que este Governo encontrou para resolver, em
junho de 2011, era de enormes dimensões. Ter um País à beira da bancarrota, com um memorando de
entendimento muitíssimo exigente, com o desafio de recuperar a credibilidade externa, traduziu-se num
trabalho muito grande, que está em larga medida feito, mas que agora importa consolidar e continuar. Importa
tanto mais porque sabemos que este crescimento, não sendo o que gostaríamos que fosse, é um crescimento
que tem vindo a acelerar e que, apesar das dificuldades do ambiente externo que nos rodeia, permite-nos
convergir com a União Europeia desde o ano passado, 2013, e também durante este ano, 2014. As previsões
para 2015, mesmo que não queiram considerar as do Governo, mas, sim, as que são mais pessimistas,
colocam Portugal a convergir com os parceiros da União Europeia.
Srs. Deputados, isto são inegavelmente boas notícias e são, sobretudo, o sinal de que o esforço valeu a
pena e, quando há um esforço que vale a pena, não é para desistir, é para continuar. Até porque o esforço,
depois da primeira fase inicial, vai custando progressivamente menos, porque vamos começando a colher os
frutos de tudo o que temos vindo a fazer.
Quando olhamos para as desigualdades sociais que ainda persistem, quando olhamos para o risco de
pobreza em que muitos portugueses se encontram, o que devemos retirar daí é que, efetivamente, há ainda
muito trabalho que deve ser feito: muito trabalho para a criação de emprego, muito trabalho para a promoção