16 DE JANEIRO DE 2015
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A Sr.ª Presidente: — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado David Costa, do PCP.
O Sr. David Costa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Assistimos aos discursos dos
partidos da maioria e verificámos que não são mais do que uma máscara e um embuste para lançar uma
cortina de fumo para os olhos dos portugueses.
Se, de facto, estivessem preocupados com estas questões da competitividade e da produtividade, paravam
de despedir pessoas, criavam condições para a produção e não lançavam mais embustes para cima dos
portugueses.
Estamos a assistir, por parte da maioria, a uma desculpa esfarrapada, porque, se estivessem interessados
em melhorar as condições dos portugueses, não adiavam mais esta situação e os feriados seriam repostos.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, do
Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A mim, que até sou alentejana,
apetece-me dizer um ditado popular muito usado na minha terra. Perante uma assembleia de senhores que
falam muito bem e que adjetivam muito, pergunta o alentejano: «Mas o que é que o moço disse?!».
Risos do BE.
É que me parece que foi isso que aconteceu.
O Sr. Deputado Pedro Roque falou de tudo — de populismo fácil, jacobinismo, e por aí fora. E eu pergunto:
mas o que está a querer dizer?
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Já o Sr. Deputado Nuno Magalhães, agora, até desmentiu a intervenção da
sua bancada, quando o Sr. Deputado Ribeiro e Castro disse: «ora tira lá este, ora dá lá aquele…». É
exatamente isso que estamos aqui a discutir!
O que estamos aqui a discutir é a palavra do Governo, que disse que a retirada dos feriados era transitória
e circunscrita ao plano da troica. Como a troica já foi embora, cumpram o vosso programa eleitoral, que não
tinha inscrito nenhuma retirada de feriados, respeitem a história e a memória do povo português, respeitem os
trabalhadores, respeitem o País, deem às pessoas a possibilidade de terem tempo de lazer, tempo de
descanso e, já agora, de terem tempo para a família e tempo para a diversão.
É exatamente por isso que também inscrevemos a Terça-Feira de Carnaval, sabendo que em muitos
concelhos deste País é um fator dinamizador da economia local, e os senhores bem sabem isso.
O Sr. Deputado Nuno Magalhães disse que não se podem violar acordos, tendo referido a Santa Sé, a
Concordata… O que é que os senhores fizeram em 2012? Violaram, exatamente, esses acordos! Portanto,
agora, tenham a decência de repor os dias que consideravam que estavam suspensos — e apenas
suspensos. Ou seja, diziam que eram medidas transitórias. Mentirosos — direi eu, neste momento.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Antes de dar a palavra ao Sr. Deputado José Luís Ferreira, não posso deixar de pedir
aos Srs. Deputados que não subjetivem os qualificativos. É um favor que peço, para a liberdade fluir dentro da
Sala sem a Mesa ter de intervir.
Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado José Luís Ferreira.