29 DE JANEIRO DE 2015
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Se a sua resposta for no sentido de estar ao lado de Pedro Passos Coelho, ao lado do CDS e ao lado do
PSD nesta matéria, então, a sua intervenção, na prática, serviu para dizer «nós temos consciência pesada,
mas, mesmo com ela, vamos continuar a fazer mal ao País».
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Leal Coelho.
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Eduardo Cabrita, também com toda a
amizade, digo-lhe que está totalmente errado em relação aos dados que nos trouxe.
Em primeiro lugar, utiliza a expressão «quem acredita em Portugal após estes anos de tragédia». Sr.
Deputado, tragédia foi há três anos, quando, em 2011, o Ministro das Finanças do seu Governo afirmou,
perante Portugal e o mundo, que não tinha dinheiro para pagar salários e pensões no mês seguinte.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Já se esqueceram disso!
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Sr. Deputado, tragédia foi quando, há três anos, o Primeiro-Ministro
José Sócrates, que liderava a maioria parlamentar do PS, se negou a ver a evidência da necessidade de pedir
um resgate financeiro à Europa e atrasou esse pedido, apesar dos sucessivos avisos que eram feitos.
Tragédia foi esse momento em que Portugal deixou de ter acesso ao financiamento e ao crédito.
A angústia que os portugueses, porventura, tiveram durante este período difícil decorreu da pré-bancarrota
que o Partido Socialista trouxe para Portugal e que, eventualmente, quer voltar a trazer.
O Sr. Deputado esquece-se, com certeza, que a dívida pública que o Partido Socialista nos deixou em
2011 estaria na ordem dos 125% se os senhores não tivessem escondido debaixo do tapete uma parcela da
dívida pública que desorçamentaram.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado afirma, aliás, como há pouco afirmou o Sr. Deputado Vitalino Canas, que o PS tem um
projeto para a Europa. Bom, mas não chega dizer que tem um sonho ou um projeto para a Europa, é preciso
dizer qual é esse projeto.
O que sabemos e o que os portugueses também sabem é que o PS, em três anos e meio, quis eleições,
não respeitando a democracia, para tomar o poder pelo poder. Isso é o que sabemos.
Também sabemos que os resultados positivos que neste momento estão à vista em Portugal — e, neste
caso, dirijo-me ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares —, como a devolução de rendimentos aos portugueses, a
diminuição do défice, bem como os resultados que atingimos e que ainda há pouco referi, como o crescimento
económico praticamente constante, a criação de emprego e a diminuição do desemprego, são resultados que
nos distanciam da Grécia, que nos colocam num patamar completamente oposto ao patamar da Grécia.
Mas devo dizer-lhe, Sr. Deputado, que não nos congratulamos por isso, porque quem sofre, neste
momento, são os gregos, os nossos concidadãos gregos.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Os portugueses também sofrem!
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — E sofrem porque vão ter de passar mais agruras precisamente por
não terem atingido os resultados, apesar dos três resgastes financeiros a que se sujeitaram.
Nós e a Grécia começámos quase ao mesmo tempo. A verdade é que, se tivéssemos feito como o Bloco
de Esquerda queria fazer, hoje estaríamos, muito provavelmente, nas mesmas circunstâncias da Grécia.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É verdade!