I SÉRIE — NÚMERO 50
28
As áreas agora propostas para descentralização de competências são aquelas há muito referenciadas e
nas quais os municípios já têm uma intervenção ativa.
Hoje, damos, assim, mais um importante passo na valorização e autonomia do poder local e no
reconhecimento do papel dos autarcas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, as suas respostas às questões que
lhe coloquei são, de facto, dignas de registo. Vejamos. A pergunta era esta: os trabalhadores da administração
local foram ouvidos? O que disseram? Resposta do Sr. Ministro: os trabalhadores da administração local não
vão ser prejudicados. Convenhamos, Sr. Ministro, que a resposta foi ao lado. Se isto fosse um exame, teria
certamente chumbado. Aliás, esta sua resposta fez-me lembrar os tempos de faculdade em que, quando
tínhamos dúvidas ou não sabíamos bem a matéria, dizíamos simplesmente que a doutrina se dividia.
Aqui, o Sr. Ministro sabe a resposta; não quer é dizê-la. O Sr. Ministro não quer dizer que ouviu toda a
gente, mas não ouviu os trabalhadores da administração local.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Ora aí está!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Depois, perguntei se os professores foram ouvidos e o que
disseram. E o Sr. Ministro também não disse. E não disse, não porque não sabia. O Sr. Ministro sabe que
ouviu toda a gente, mas que, afinal, também não ouviu os professores.
E sobre a Associação Nacional de Municípios Portugueses, Sr. Ministro, aqui, nem uma palavra. E aqui é
que era importante que dissesse alguma coisa. É que o Governo diz que a Associação Nacional de Municípios
Portugueses está de acordo. Mas os pareceres da Associação Nacional de Municípios Portugueses, que já li
há pouco, vêm desmentir o Governo, vêm dizer que o Governo está a faltar à verdade. Portanto, era bom que
o Sr. Ministro dissesse alguma coisa sobre isso.
Depois, o Sr. Secretário de Estado diz que ouviu, ouviu e ouviu os agrupamentos.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Cada agrupamento! Cada diretor!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Secretário de Estado, a propósito de ter ouvido os
agrupamentos, sabe o que é que os responsáveis das organizações de diretores escolares disseram?
Disseram que foram chamados a Lisboa, não para falar, mas para ouvir. Ou seja, o Governo não ouviu, o
Governo debitou. É por isso que o Governo está praticamente isolado na defesa desta descentralização.
Vozes de Os Verdes: — Muito bem!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Amadeu
Soares Albergaria.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro Adjunto e do Desenvolvimento
Regional, Sr.ª e Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: O Governo de que V. Ex.ª faz parte, Sr.
Ministro, assume como uma das suas prioridades a educação. Faz isso no quadro de uma enorme exigência
financeira. Faz isso gerindo bem os recursos investidos e que são sempre escassos. Faz isso centrando a
ação no interesse do aluno.
Vozes do PSD: — Muito bem!