I SÉRIE — NÚMERO 50
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Sr.as
e Srs. Deputados, se há uma preocupação fundamental para nós em concretizar este processo, é a de
valorizar o poder local, de, com essa valorização do poder local, oferecer aos portugueses melhores políticas
públicas e melhores serviços públicos, e de valorizar o poder local respeitando a autonomia e a liberdade do
poder local.
Mesmo o Partido Socialista, que apenas em princípio fala de descentralização, parece que, na prática, tem
uma visão da descentralização, ela mesma, centralista.
Nós acreditamos e temos agido no sentido de que o processo de descentralização siga um método
descentralizado, em diálogo com os municípios, em diálogo com os diferentes atores relevantes.
É isto que temos feito, é desta forma que iremos, finalmente, concretizar uma ambição de décadas de todo
o País, um processo de verdadeira descentralização.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, chegámos ao fim do debate
temático, requerido pelo Governo, sobre descentralização, pelo que agradeço a todos os intervenientes no
debate.
Antes de entrarmos no período regimental de votações, cumprimento os Srs. Membros do Governo que
aqui estiveram presentes e que, entretanto, se vão retirar, peço aos serviços que preparem o sistema
eletrónico para verificação do quórum de deliberação e aos Srs. Deputados o favor de se registarem.
Pausa.
Srs. Deputados, o quadro eletrónico regista a presença de 207 Deputados, a que acrescem os Srs.
Deputados do PSD Amadeu Soares Albergaria, Arménio Santos, Cristóvão Crespo, Luís Montenegro e Luís
Vales, o Sr. Deputado do PS Mota Andrade e o Sr. Deputado do CDS-PP Michael Seufert, que não
conseguiram registar-se, o que perfaz um total de 214 Deputados presentes.
Vamos, então, dar início às votações regimentais, começando com três votos, o primeiro dos quais de
pesar.
Entretanto, o Governo informou a Mesa que se mantém na Sala para se associar aos três votos que aqui
vão ser lidos e votados.
Começamos pelo voto n.º 251/XII (4.ª) — De pesar pelo falecimento do ex-Deputado João Fernandes
Homem (CDS-PP).
Peço ao Sr. Secretário, Deputado Raúl de Almeida, o favor de proceder à leitura do referido voto.
O Sr. Secretário (Raúl de Almeida): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Faleceu no passado dia 5 de fevereiro, aos 69 anos de idade, o antigo Deputado da Assembleia da
República João José de Sousa Fernandes Homem.
Licenciado em Gestão e Organização de Empresas pelo ISE e funcionário público de carreira, João
Fernandes Homem foi militante do CDS desde os seus primeiros anos, destacando-se, nomeadamente, na
implantação partidária e no ativismo cívico na cidade e no distrito de Lisboa.
Sindicalista, foi dos primeiros, por parte da tendência sindical democrata-cristã, a responder ao apelo do
projeto da chamada «Carta Aberta» e a participar na criação da UGT — União Geral dos Trabalhadores, em
cujo âmbito se inseriu, desenvolvendo a sua atividade sindical, nomeadamente, no SINTAP e no SINCOL. Foi
um dos fundadores da FTDC — Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos, de que foi também
Secretário-Geral.
No CDS, exerceu diversas funções dirigentes quer a nível local, quer como membro do Conselho Nacional.
E foi eleito também, diversas vezes, em listas do CDS e da, então, AD — Aliança Democrática, para funções
autárquicas a nível de freguesia e na Assembleia Municipal de Lisboa.
Em 1980, foi Deputado na Assembleia da República e membro do Grupo Parlamentar do CDS, eleito nas
listas conjuntas da AD.
Entre os militantes do CDS, sobretudo os mais antigos, que com ele conviveram mais de perto, é recordado
pela sua dedicação e dinamismo, pela lealdade e cordialidade do seu trato e pela generosidade exemplar que