14 DE FEVEREIRO DE 2015
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Desenhou e aprovou a delegação de competências em áreas onde as pessoas mais precisam e onde as
respostas têm de ser ainda melhores e onde não temos a menor dúvida de que a proximidade poderá fazer
toda a diferença na melhoria e rapidez dos serviços públicos prestados.
Desenhou e aprovou, também, a transferência de recursos financeiros e patrimoniais, melhor dizendo a
transferência dos recursos necessários à prestação do serviço público.
Por fim, desenhou e aprovou um modelo de delegação de competências faseado e gradual, cuja adesão
será livre e voluntária, e que resultou de uma ampla negociação com todos os parceiros envolvidos.
Sr.a Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.
as e Srs. Deputados, a descentralização de competências é
um processo no qual nos revemos e encontramos vantagens. Admitimos, inclusive, que muitas áreas das
funções sociais do Estado são exercidas com mais eficiência e melhor qualidade pela administração local,
reconhecidamente um subsetor do Estado com provas dadas na boa gestão dos recursos públicos.
Por isso, ou também por isso, não temos dúvidas de que a descentralização de competências é um pilar da
reforma do Estado pelo qual vale a pena lutar. E vale a pena lutar em nome da melhoria da qualidade do
serviço público prestado, em respeito pela autonomia do poder local democrático e em sinal de consideração
por todas as entidades envolvidas no processo de negociação que ainda está em curso.
Termino, com a mais absoluta convicção de que um governo que descentraliza é um governo que acredita
e confia nas capacidades do poder local, acredita e confia na construção de um país mais justo, mais solidário,
mais equitativo.
Sr.a Presidente, Sr.
as e Srs. Deputados, nós confiamos nas autarquias, nós confiamos nos autarcas, nós
confiamos no poder local.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Pelo Governo, tem a palavra o Sr. Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.
O Sr. Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados:
Depois deste debate, devo dizer, por um lado, que não fiquei surpreendido — e o Governo não ficou
surpreendido — com a posição do Bloco de Esquerda, do PCP e de Os Verdes, que confirmaram a sua matriz
centralista. A oposição a este processo é mera consequência da posição ideológica destes partidos.
Infelizmente, depois deste debate, continuamos a não perceber a razão pela qual o Partido Socialista se
opõe a esta descentralização. Nem o projeto de resolução que tinham prometido apresentaram.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional: — O único ponto que era constante nas várias
intervenções era a referência à proximidade das eleições. Ora, a posição do Governo e a posição desta
maioria é a de que o País não pode ficar paralisado à espera de eleições no final do ano.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional: — O que o projeto e este processo demonstram
por parte do Governo e da maioria é que o impulso reformista que tem marcado a nossa ação se mantém, e
manter-se-á até ao fim da Legislatura.
O PS é que parece que acha que a proximidade das eleições o devem fazer alterar a posição que sempre
assumiu sobre a descentralização! Compreendo que estejam nervosos com a proximidade das eleições. Ao
Partido Socialista as coisas não estão a correr como esperavam e o Messias está a revelar-se um falso
profeta!…
Hoje, provavelmente, ficaram ainda um pouco mais nervosos porque a economia acelerou o crescimento
no último trimestre com base, como dizem os dados do INE, na procura externa.
Protestos do PS, do PCP e do BE.