I SÉRIE — NÚMERO 51
42
benefício é para os consumidores, ousar, arriscar e legislar para que o corte das rendas excessivas seja para
benefício dos consumidores.
Não faltam advogados que levantam dúvidas quanto a matéria legislativa — esse é o pão nosso de cada
dia. O importante é saber se existe coragem política para cortar nas rendas excessivas, para abater à dívida
tarifária herdada e para baixar as tarifas aos consumidores.
Confesso que não saí deste debate com a sensação com que esperava sair em relação aos que, apoiando
de uma forma tímida, acabaram por encontrar pretextos e argumentos para não dizerem o que todos
queríamos saber: quem é que está ao lado desta medida, quem é que está ao lado do Governo na defesa dos
contribuintes e dos consumidores, quem é que está a levantar dúvidas de natureza jurídica para encontrar,
uma vez mais, um pretexto para não fazer aquilo que se deve fazer.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: — Sr. Presidente, esperava que o
Partido Socialista aproveitasse esta oportunidade para explicar porque é que, em 2006, legislou da forma que
o fez. Estamos a resolver um problema de 2006 e, hoje, perderam a oportunidade para explicar porque é que
os contribuintes e os consumidores não beneficiaram da revenda de gás da Nigéria e teve de ser este
Governo, uma vez mais, a resolver o problema.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo
Campos.
O Sr. Paulo Campos (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Como vemos pelos discursos do Sr. Ministro
do Ambiente e do Sr. Deputado do Partido Social Democrata, Nuno Filipe Matias, a maioria continua a fazer
oposição à oposição. Está num estágio natural, provavelmente o estágio necessário para que, dentro de
poucos meses, seja oposição e faça este discurso com o verdadeiro título de ser oposição.
Protestos do PSD.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Quem decide isso é o povo, Sr. Deputado!
O Sr. Paulo Campos (PS): — Sr. Ministro, estamos ao lado dos portugueses, estamos ao lado dos
consumidores, estamos ao lado de quem quer resolver problemas, estamos ao lado de quem quer concretizar
e não adiar, estamos ao lado de quem quer investir em Portugal, estamos ao lado de quem quer desenvolver o
nosso País, estamos ao lado de quem quer ter uma política energética que transforme o nosso País em
autossuficiência, estamos ao lado de quem quer fazer políticas para desenvolver o território, estamos ao lado
dos que querem desenvolver políticas para resolver o problema dos incêndios.
Protestos do PSD.
Não estamos ao lado dos que ficam de braços cruzados no Governo, dos que ficam de braços cruzados no
ministério, dos que não apoiam a investigação e a inovação, dos que não entram na revolução energética que
neste momento está em curso, transformando Portugal num País autossustentável, aproveitando 3 milhões de
hectares de matos para a produção de gasóleo, de combustíveis, de biocombustíveis e de bioprodutos.
Protestos do PSD.
Sei que esta verdade dói, Sr. Ministro, e é por isso que se sente este movimento nas bancadas.
A verdade dói e a verdade, neste momento, a verdade é aquilo que eu disse na minha primeira
intervenção: é que o Sr. Ministro é um ministro de um Governo do século XX, com políticas do século XX, com