28 DE FEVEREIRO DE 2015
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Entretanto, reassumiu a presidência a Presidente, Maria da Assunção Esteves.
A Sr.ª Presidente: — Pelo Governo, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Secretário de Estado da
Administração Interna.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Interna: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: No
decénio terminado em 2011, por ano, arderam em Portugal 144 000 ha, dos quais mais de 50% foram ardidos
em povoamento florestal. Este número corresponde a mais do que a média europeia e, mais preocupante do
que isso, corresponde a um valor superior à média dos países mediterrânicos que têm características
semelhantes às nossas.
Este dado, que é um dado claro, junto com aquilo que é evidente hoje em dia ao nível das alterações
climáticas que fazem com que este tipo de fenómenos naturais sejam ainda mais imprevisíveis do que aquilo
que são naturalmente, faz com que as preocupações de um país com as características naturais de Portugal
tenham de ser preocupações de fundo e estruturais.
Têm de ser preocupações, antes de mais, com a resiliência do território, preocupações que passem pelo
ordenamento florestal. Estas são as prioridades do próximo Quadro Comunitário de Apoio. Isto significa que,
no âmbito do Portugal 2020 e do PO SEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de
Recursos), a resiliência do território é exatamente a área eleita como prioritária para receber esses apoios,
porque é muito importante que canalizemos esse apoio europeu para aquilo que é mais estrutural e mais
concreto em Portugal. O ordenamento florestal que daí decorre é também essencial para que consigamos
responder a este problema, que é nacional.
Foram aqui referidas outras áreas. A Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia teve oportunidade de falar da questão
da sensibilização. É fundamental, para que o País consiga responder ao problema dos incêndios florestais,
que todos tenhamos noção da importância desse problema e isso passa muito, é verdade, pela redução das
causas negligentes de muitos dos incêndios florestais.
É por isso que é de salientar o trabalho que tem sido feito ao nível pedagógico pela Autoridade Nacional de
Proteção Civil nas ações de formação de professores que, por serem gratuitas, têm um incentivo muito grande
para que os professores adiram a elas — e têm tido uma adesão muito significativa nos últimos anos, o que,
numa lógica de formação de formadores, é relevantíssimo para chegar às novas gerações.
Por outro lado, o papel dos comandantes operacionais distritais na sua relação com os autarcas e com as
populações, na formação dos autarcas, designadamente dos autarcas de freguesia, é também essencial para
que esta formação chegue às populações.
Por outro lado, ainda, projetos, como o projeto Floresta Segura, vão ao encontro da sensibilização mais
próxima daqueles que têm relação direta com a floresta.
Consideramos ser também essencial o alinhamento de incentivos nesta área, a valorização económica da
floresta, a maximização do investimento na prevenção que permita uma estabilização do investimento no
combate, a importância da fiscalização e a importância da sensibilização.
Nos últimos anos, tem havido uma série de realidades, algumas delas, por vezes, esquecidas, que é
importante relembrar.
Estabilizaram-se, do ponto de vista dos pagamentos durante a época de incêndios, os pagamentos às
corporações de bombeiros, conseguindo no último ano que esses pagamentos fossem feitos no final de cada
mês. Foi aqui levantado o problema da gestão de tesouraria das corporações de bombeiros. Pois este é um
fator que contribui em muito para essa estabilização.
Foram reforçados os meios humanos quer seja no número de equipas e de operacionais, quer seja no
pagamento diário que é feito a esses operacionais.
Também se registou um reforço ao nível dos meios materiais, com uma clarificação daquele que é o
empenho de máquinas de rasto e com a facilitação da sua mobilização.
De igual forma, foram concretizados reforços ao nível dos meios aéreos, com sucessivos concursos e
contratos que permitiram estabilizar o dispositivo aéreo até 2018, permitindo, simultaneamente, que um grupo
de trabalho, envolvendo a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Força Aérea e o INEM, trabalhe naquele