I SÉRIE — NÚMERO 60
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quer ao nível do gás entre a Península Ibérica e a Europa se concretizariam, nos termos em que já tinha sido
acordado em Conselho Europeu, até 2020.
É importante reconhecer que, pela primeira vez, apesar do acompanhamento e do envolvimento da
Comissão Europeia, foi rigorosamente devido à iniciativa destes três países e dos três governos que
conseguimos um avanço historicamente relevante que nos permitirá, em 2020, alcançar a meta que tinha sido
apontada em Barcelona, em 2002.
Recordo que aqui, no Parlamento, em debates anteriores, já se tinha colocado a dúvida de saber se, em
algum momento, o compromisso que tinha sido reiterado no Conselho Europeu de dezembro seria para
cumprir, como não tinham sido cumpridos os anteriores.
Nessa altura, reiterei que desta vez havia, em primeiro lugar, um mandato expresso que a Comissão
Europeia tinha aceite nesta matéria e, em segundo lugar, que, desta vez, tínhamos um compromisso válido
para identificar esses projetos e para os pôr em marcha até 2020.
Depois do relatório que foi apresentado pela Comissão Europeia, ficámos a saber que, com o nível de
projetos que já estão identificados, estaremos em condições, em 2020, de atingir 8% nas interconexões, o que
significa que falta ainda identificar projetos que complementem os 2% que faltam até 2020.
Teremos oportunidade, com certeza, no debate que se seguirá, de poder voltar a esta questão, embora me
pareça que o importante, no Conselho Europeu que vai ter lugar na próxima semana, são as condições que
determinam a construção de um verdadeiro mercado interno de energia, que não ficam esgotadas,
evidentemente, nesta questão de terminar com o isolamento energético da Península Ibérica.
Mas este aspeto, que poderia ter merecido já no passado uma atuação mais diligente, foi possível de
concretizar, quero aqui dizê-lo também, dado o empenhamento que, quer o Primeiro-Ministro espanhol, quer o
Presidente francês, colocaram pessoalmente na resolução de um compromisso que teria de envolver os
governos e os Estados.
Portanto, sabemos que o BEI (Banco Europeu de Investimento) está disponível para financiar este tipo de
projetos, sabemos que a Comissão tem a obrigação de apresentar iniciativa nesta matéria, o que é a garantia
de que estas interligações se farão, mas temos também, o que é ainda mais importante, o empenho dos três
Estados em pôr termo a este isolamento energético que dura há demasiado tempo.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em segundo lugar, gostaria de destacar o recuo que foi observado na nossa
taxa de desemprego. E quero aqui sublinhá-lo, uma vez mais, porque esta é, seguramente, uma das questões
mais sensíveis que continua a marcar o histórico de desequilíbrio macroeconómico que foi sendo acumulado
na economia portuguesa ao longo de muitos anos.
Na zona euro, conseguimos ser o terceiro País com uma queda mais pronunciada da taxa de desemprego.
E quando comparamos com o início da crise, em 2011, então, podemos concluir que cerca de menos 230 000
desempregados existem hoje face a 2011.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O nosso desequilíbrio, no entanto, continua a ser elevado e o facto de termos atingido, no último mês sobre
que há dados oficiais, uma taxa de desemprego de 13,3% significa que ainda temos uma taxa de desemprego
demasiado elevado, sobretudo — insisto, porque já o disse antes — quando olhamos para o desemprego de
longa duração e para o desemprego jovem.
Mas é importante sublinhar que o resultado que vamos reconhecendo todos os anos, todos os meses, ao
longo de todo o tempo, desde o início de 2013, mostra que não só temos vindo a descer consistentemente a
taxa de desemprego, como a taxa de emprego e o número de empregos criados no País tem vindo
consistentemente a aumentar. Isso é, seguramente, um motivo de esperança para o trabalho que temos à
nossa frente para fazer.
Queria concluir, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, dizendo que lançámos, recentemente — e iremos
concluir até ao final deste mês —, concursos importantes no âmbito do Portugal 2020.