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I SÉRIE — NÚMERO 68

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O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Vai continuar a dizer isto, Sr. Deputado?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PS.

Não, agora radicaram-se nos dados do desemprego.

Sempre dissemos, Sr. Primeiro-Ministro, que o desemprego é o nosso principal problema e é, também por

isso, o nosso principal objetivo. Sempre dissemos, e é verdade, que o desemprego está num nível elevado,

mas também sempre dissemos que ele vem numa linha de diminuição.

É verdade que temos de aprofundar os últimos dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, mas

também é verdade que o desemprego continua a decrescer, sobretudo quando comparado com iguais

períodos de anos anteriores. Isso é inequívoco!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — O desemprego está a aumentar, Sr. Deputado!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, dir-lhe-ia que a melhor forma de

podermos olhar também para os números do emprego e do desemprego é percebermos que só vamos

continuar a descer a taxa de desemprego se a economia continuar a crescer e se ela crescer tanto como

aquilo que todas estas entidades têm por estes dias dito de uma forma muito inequívoca.

Sabemos, Sr. Primeiro-Ministro, que não é fácil pedir realismo à oposição e não é fácil hoje pedir realismo

ao Partido Socialista. O Partido Socialista tem, de facto, revelado muito desnorte.

Um dia, o Presidente do Partido Socialista assegura que, com o Partido Socialista no Governo, os

contribuintes vão pagar os prejuízos dos lesados pelo Banco Espírito Santo. No outro dia, já vem dizer que

não era bem isso que queria dizer sobre o papel comercial do Grupo Espírito Santo! Não era bem isso!

No dia 25 de janeiro, o Dr. António Costa dizia, e cito, «A vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá

força para seguir essa mesma linha». Citei o Dr. António Costa no dia 25 de janeiro.

Agora, no dia 11 de março, veio dizer: «Quanto mais desajeitado é o Governo grego, mais construtivos

temos de ser».

Protestos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, de facto, não é fácil ser realista no Partido Socialista quando há este desnorte,

quando há esta confusão, para já não falar naqueles discursos à la carte quando temos uma determinada

plateia na nossa frente.

Por isso, a questão que se coloca, Sr. Primeiro-Ministro, é simples e é esta: podem os portugueses sentir

segurança neste partido, o Partido Socialista, e nesta desorientação? Vamos ver!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Esperem seis meses!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Vamos ver, Srs. Deputados!

Mas é caso para dizer que razão tiveram os madeirenses no passado domingo e razão hão de ter os

portugueses lá para setembro/outubro, quando também tiverem de fazer esse julgamento!…

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Primeiro-Ministro, gostaria também de lhe colocar uma questão que reputamos nesta bancada como

muito importante.

Angola tem tido um peso muito significativo na nossa economia, seja pelo investimento direto angolano que

é feito em Portugal, seja por ser um importante destino das nossas exportações, seja por haver empresas com

atividade e investimentos em Angola — cerca de 9000, segundo os dados mais recentes —, seja também pela

circunstância de cerca de 200 000 portugueses estarem hoje a trabalhar naquele território.