17 DE ABRIL DE 2015
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Há mais de um ano que o Governo encetou negociações com a União Europeia — portanto, não é um
problema nem uma preocupação de agora — no sentido de aprovar um programa de capacitação das famílias
em situação de vulnerabilidade.
É bom recordar a contratualização que se pretende fazer com as IPSS no âmbito do Programa Operacional
de Inclusão Social e Emprego. Não se trata de particularizar ou de privatizar as comissões. Todos somos
poucos para levar por diante esta missão.
Também a multidisciplinariedade, com o acordo de compromisso assinado em dezembro último é um
passo importante para o reforço da missão, bem como a rotatividade, que é comummente aceite que a
rotatividade dos técnicos se constituí como uma mais-valia na operacionalidade.
Sr. Ministro, ontem foi apresentado o Relatório Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens, o
relatório CASA. Sabendo do empenho que o Governo tem colocado na melhoria e na qualificação das
respostas, proporcionando que as mesmas passem a figurar num sistema de informação integrado com as
CPCJ e assessoria dos tribunais, pergunto que balanço o Sr. Ministro nos pode fazer do modelo que tem vindo
a ser implementado.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Guilherme Silva.
O Sr. Presidente: — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Termino já, Sr. Presidente, dizendo que registamos a vontade do
Governo para que o relatório CASA, à semelhança do que tem acontecido com os relatórios da CNPCJR
(Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco), passem a ser realizados com a
periodicidade semestral, permitindo desta forma um conhecimento e uma ação mais atempada das diversas
situações.
Sr. Presidente, mesmo para terminar, queria partilhar um sentimento que é comum a este Grupo
Parlamentar, que é um pensamento de Louis Pasteur que nos dizia: «Quando vejo uma criança, ela inspira-me
dois sentimentos: ternura pelo que é e respeito pelo que pode vir a ser».
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, foi uma bela citação. E ficou Pasteur responsável por
ter excedido o tempo.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Oneto.
A Sr.ª Isabel Oneto (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Acabámos de ouvir a bancada do PSD
ficar preocupada com o futuro dos jovens e destas crianças. Pois, eu digo-lhe, Sr. Deputado João Figueiredo,
que estão a enfileirar os centros tutelares educativos porque falham as medidas de protetivas. É isto que nos
diz o relatório da comissão de acompanhamento e fiscalização dos jovens em risco na página 11. Sabe o que
diz, Sr. Deputado? Diz que uma percentagem significativa destes jovens nos centros tutelares educativos vêm
de estabelecimentos de acolhimento e proteção dependentes da segurança social. É este o resultado da
vossa política de falta de meios para resolver o problema das crianças e jovens que estão sob a tutela do
Estado.
Aplausos do PS.
O que é fundamental é ver como as crianças estão a ser tratadas, qual é a capacidade de resposta e o
respeito que elas nos merecem, é ter meios para conseguir evitar que elas caiam, precisamente, nos centros
tutelares educativos e daí para as nossas prisões.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Oneto (PS): — É isso que nós devemos fazer, Sr. Deputado.