27 DE ABRIL DE 2015
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proposta, por exemplo, em relação ao artigo 7.º, que fala das listagens de auditores e da sua publicitação,
mesmo tendo em conta as cautelas do artigo 10.º. É, pois, necessário ter em conta o parecer e o alerta da
CNPD nesta matéria.
Como seria de esperar da política deste Governo e com a troica ainda a fazer sentir a sua presença, no
artigo 8.º, tal como no artigo 9.º, lá vem a sacrossanta Diretiva dos Serviços e a liberalização desta matéria no
contexto comunitário, no contexto europeu.
Sr. Presidente, para terminar, quero dizer que nós, PCP, consideramos ainda que, no tocante às
contraordenações, ao regime sancionatório, para além da diferenciação entre pessoas individuais e pessoas
coletivas, entre os trabalhadores por contra própria e as empresas, para além dessa diferenciação, também
aqui devia haver a consideração e a diferenciação pela dimensão das empresas. É que não é a mesma coisa
uma prática de transgressão e de infração ser cometida por uma média ou uma grande empresa ou por uma
micro empresa. A situação é diferente, o peso económico e financeiro é diferente, a contraordenação e o peso
da coima também deveriam ser diferenciados.
Ficam estas observações, estes alertas, ficam estes reparos para registo no trabalho na especialidade que
vamos ter de desenvolver. Nesse sentido, Srs. Deputados, Sr. Secretário de Estado, vamos, seguramente, ter
trabalho para desenvolver na especialidade, num caminho que terá de ser participado e aberto, tendo em
conta, de uma forma séria, as perspetivas das ordens profissionais relevantes neste processo.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Mortágua, do BE.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: Esta
é mais uma das dezenas de propostas que têm chegado à Assembleia da República sem que tenhamos
grande tempo ou capacidade para as analisar.
Como já referimos na semana passada, o Governo, a toque de caixa da troica, desatou a enviar propostas
e mais propostas para esta Casa sem termos o tempo de que precisamos para as analisar. E repetimos os
argumentos, pois eles não mudam, faz parte da coerência e da análise das propostas: simplificação é bom,
menos burocracia é bom; somos contra a diretiva de liberalização porque achamos que não pode ser tratado
como igual aquilo que não é igual e tememos o que a liberalização pode fazer em termos de proteção ou de
desproteção das profissões e dos profissionais, em Portugal.
Tratar como iguais os profissionais em Portugal, como nos outros países, quando estamos a pôr em
concorrência economias muito diferentes, pode ter consequências muito diferentes em todos os países e isto
deve ser acautelado.
Um outro reparo que fazemos em relação a esta proposta — e já tínhamos feito antes — é que o Governo
diz sempre que ouviu as ordens representativas dos profissionais, mas a Assembleia não tem conhecimento
da prova disso. Portanto, não podemos analisar o que foi incorporado e o que não foi e é uma questão
essencial para que possamos avaliar a proposta que temos em mãos e perceber qual é a opinião dos
profissionais a quem ela se dirige.
Por isso, reforçamos aqui a necessidade de ouvir estas ordens e de pedir os pareceres, para que, em
especialidade, possamos dizer o que pensamos sobre estas propostas, porque, no limite, é aos profissionais
que elas interessam, na parte que aos profissionais diz respeito.
Na parte que diz respeito à necessidade de uma auditoria cuidada, de verificação do controlo das
atividades de cogeração e de energias renováveis, acompanhamos a necessidade da realização desta
auditoria. Queremos garantir que cogeração é mesmo cogeração, queremos garantir que tanto as condições
ambientais como também as financeiras, porque muitas destas atividades têm um carácter de subsidiação,
estão a ser controladas e, por isso, achamos muito importante que a auditoria seja feita. Aliás, já
apresentámos propostas, no passado, que iam neste sentido.
Portanto, achamos importante garantir esta necessidade de acompanhar, de verificar e de controlar estas
atividades, mas também queremos ouvir os profissionais e garantir que a sua profissão e os seus direitos
estão a ser protegidos. Penso que essa é a preocupação de todos.