27 DE ABRIL DE 2015
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O Governo permaneceu na Sala e informou a Mesa que se associava a estes três votos de pesar que
acabámos de aprovar.
Peço agora à Sr.ª Secretária Rosa Maria Albernaz o favor de ler o voto n.º 274/XII (4.ª) — De condenação
pela sujeição de mulheres a expressão de mamas para comprovar o aleitamento (BE).
A Sr.ª Secretária (Rosa maria Albernaz): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o voto é do seguinte
teor:
«Esta semana, ficámos a saber que, em Portugal, há mulheres que estão a ser sujeitas a uma prática
indigna: é-lhes solicitado que espremam as mamas para comprovar que têm leite e poderem assim continuar a
usufruir do direito à dispensa horária para amamentação.
Este procedimento é absolutamente indigno e aviltante para as mulheres e para os seus direitos.
Atente-se ao testemunho de uma mulher que passou por esta situação. Trata-se de uma enfermeira que foi
chamada ao Serviço de Saúde Ocupacional do hospital público onde trabalha, com a indicação de que deveria
levar o boletim de vacinas. Assim fez. Depois de atualizada a informação vacinal, foi informada de que ia ser
chamada ao gabinete médico para fazer prova da amamentação: ‘Congelei com tamanha aberração. Entrei e
foi-me dito que me teria de sujeitar à expressão mamária, de forma a comprovar a existência de leite, para que
me fosse validada a condição de lactante. Confesso que foi o momento mais constrangedor e humilhante da
minha vida, senti totalmente violado o meu direito à privacidade e à intimidade. Depois de espremidas as
mamas e de comprovada a existência de leite, vesti-me e o funcionário registou a minha aptidão. Infelizmente,
não fui a primeira a ser sujeita a isto. Mas gostava de ser a última. Nenhuma mulher deve passar por isto.’
Este pungente testemunho dispensa mais palavras. Impõe-se a proibição desta prática indigna. Mais
nenhuma mulher deve passar por isto.
Assim, a Assembleia da República, reunida em plenário, condena a prática indigna de sujeição de
mulheres a expressão de mamas para comprovar aleitamento.»
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, vamos votar.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do PCP, do BE, de Os Verdes e dos
Deputados do CDS-PP João Rebelo e Teresa Anjinho e abstenções do PSD e do CDS-P.
O Sr. Deputado Miguel Santos pediu a palavra para que efeito?
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Presidente, é para informar a Mesa que o Grupo Parlamentar do PSD
irá apresentar uma declaração de voto.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Fica registado, Sr. Deputado.
Sr.ª Deputada Cecília Meireles, pretende usar da palavra?
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, é também para anunciar que o Grupo Parlamentar do
CDS-PP vai apresentar uma declaração de voto.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Fica registado, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Deputada Teresa Anjinho também pretende usar da palavra?
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Sr. Presidente, é para o mesmo efeito, em meu nome pessoal.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Fica registado, Sr.ª Deputada.
Srs. Deputados, vamos passar à votação 1.º Orçamento Suplementar da Assembleia da República para
2015.