O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE MAIO DE 2015

15

Esta lei tem um artigo sobre prioridades de investigação, os outros todos são sobre prevenção. Quando se

fala no desporto, no policiamento de proximidade, etc., fala-se em prevenção, não se fala em prioridade de

investigação.

O Sr. Deputado Jorge Lacão veio confirmar, mais uma vez, que o Partido Socialista não se dá bem com o

sistema judicial, nem com a sua autonomia, nem com a sua independência. Mais uma vez, veio querer um

código penal e, mais uma vez, veio dizer que devia constar a indicação das formas de processo que o

Ministério Público devia utilizar. Recusamo-nos fazer isso, compete ao Ministério Público!

Mesmo quanto às priorizações aqui elencadas, se reparar no parecer da Procuradoria-Geral da República

verá que o que fizemos foi o acolhimento da proposta da própria Procuradoria-Geral da República.

Além disso, o Sr. Deputado não conseguiu evitar, numa lei que deve ser virada para a defesa dos mais

indefesos, dos mais vulneráveis e dos crimes que corroem o Estado de direito democrático, o seu códigozinho

penal. Voltou a falar em não sei quantas espécies de crimes, voltou a querer funcionalizar o PS e o Ministério

Público. Sr. Deputado, espero que a sua bancada não se deixe funcionalizar, tendo em conta a

funcionalização que quer impor ao Ministério Público, como bem resulta do seu discurso.

Vamos ser muito claros, Sr. Deputado: nós não vamos pelas vossas leis de política criminal. O que temos é

um artigo sobre prioridades e o resto é prevenção, porque o demais compete à autonomia do Ministério

Público e à independência dos juízes.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Peixoto.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados:

O Partido Socialista veio a este debate, algo ufano, fazer três críticas fundamentais.

A primeira crítica foi a de que o Governo não deu cumprimento à legalidade. A primeira pergunta que se

deve fazer, atendendo a essa equação, é esta: quais foram as consequências desse facto para o País? Sr.

Deputado Jorge Lacão, a resposta é só uma: azar dos Távoras para o Partido Socialista. O País viu a sua

segurança interna diminuída? O País ficou em perigo? Os índices de criminalidade aumentaram? Quero dizer-

lhe que não. Com as leis do Partido Socialista para o biénio de 2007 a 2009 e de 2009 a 2011, os índices de

criminalidade aumentaram sempre. Sem estas leis, os índices de criminalidade diminuíram sempre.

O Sr. José Magalhães (PS): — Choveu!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Os números são os seguintes: entre 2007 e 2009, os crimes graves e

violentos subiram de 21 947 para 24 163 e, em 2010, subiram para 24 456. Em 2012, diminuíram 6,7% e, em

2013, diminuíram mais 9,5%. Portanto, Sr. Deputado, essa crítica não tem nenhum tipo de consequência nem

nenhum tipo de efeito.

Depois, lá vem o Partido Socialista, à boa maneira do passado, dizer que esta lei é insuficiente porque não

menciona muitos crimes e as áreas de criminalidade que estão cobertas não chegam.

Sr. Deputado, colocar tudo como prioritário é colocar nada como prioritário — isto é o mais óbvio que há!

Há critérios de necessidade e de oportunidade que têm de ser respeitados. Se o não forem, como, aliás, não

foram no passado — no tempo das duas leis anteriores do Partido Socialista, que então elencavam crimes

prioritários, crimes mais prioritários e crimes imensamente prioritários —, o que vai acontecer, é óbvio, é que

se transforma tudo em secundário e numa enorme ineficiência.

A Sr.ª Ministra lembrou, e bem, que as leis do Partido Socialista eram tão imperfeitas e deficientes que foi o

próprio Partido Socialista, nesta Assembleia, que aprovou uma resolução a recomendar ao seu próprio

Governo, em 10 de dezembro de 2009, que devia repensar, com vista à sua redução, o catálogo de crimes de

prevenção e de investigação prioritárias.

Como vê, Sr. Deputado, foi o próprio Partido Socialista que admitiu, aceitou e confessou que o que fez

antes não estava bem feito. Portanto, devia assumir aqui que a nova estratégia deste Governo é a estratégia

correta.