22 DE MAIO DE 2015
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O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para apresentar o projeto de resolução n.º 1476/XII (4.ª), tem a
palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Qual é a coisa, qual é ela que
conseguiu juntar o Conselho das Escolas, todos os sindicatos, entre os quais a FENPROF, que promove esta
petição, as duas associações de diretores escolares e um sem número de entidades que estão na comunidade
educativa? O Governo, que conseguiu juntar todos, singularmente, na contestação à chamada
municipalização da educação, e percebe-se porquê.
Em primeiro lugar, porque essa pseudodescentralização atraiçoa, atrofia, colide com a autonomia das
escolas e põe às câmaras municipais a possibilidade de intervirem na vida das escolas e das comunidades
educativas,…
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — É uma falsidade!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Ai é?
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … uma função e uma competência para a qual as câmaras municipais não
estão preparadas, não têm sequer o traquejo profissional para o fazer e, por isso, essa solução tem vindo a
ser contestada.
É claro que muitas das associações de pais, que também perdem poder, e os órgãos das escolas, que
perdem poder e capacidade de intervenção, não gostam que as câmaras estejam a assinar contratos com a
administração central que permitem que haja poupança e diminuição da despesa — que já está nos limites
mais baixos da história da comunidade educativa na democracia —, de modo a que arrecadem para si metade
dessas poupanças.
Não concordam que o presidente da câmara seja uma entidade de recurso de uma sanção disciplinar de
um aluno. Não concordam que o presidente da câmara municipal intervenha na formação de professores, na
orientação pedagógica de uma escola.
Protestos do PSD.
Isso é andar para trás e contraria tudo aquilo que é necessário do ponto de vista da autonomia das escolas.
Sr.as
e Srs. Deputados, relativamente a estes contratos interadministrativos, devem ser suspensos, aqueles
que ainda não estão firmados, ou anulados definitivamente, porque o caminho não é este e, mais cedo do que
tarde, certamente, esta chamada municipalização educativa terminará, em nome da autonomia das escolas.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês Teotónio Pereira, para uma
intervenção.
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A descentralização na
educação é uma medida que tem vindo a ser discutida com regularidade nesta Câmara e em vários debates
com os grupos parlamentares. E se há algo que sobressai nessas discussões é que não importa as vezes que
os mitos são esclarecidos, haverá sempre quem os repita porque, em última análise, preferem-se os mitos à
realidade.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — É o vosso caso!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Infelizmente, é o que acontece com os peticionários e com os
partidos mais à esquerda que hoje apresentaram as suas iniciativas e é lamentável.
Dissemos e explicámos inúmeras vezes que as acusações lançadas sobre esta medida de
descentralização da educação não têm cabimento. E repetimos mais uma vez: não se trata de uma