I SÉRIE — NÚMERO 89
32
decorre de ajustes tornados necessários pela experiência de 15 anos de aplicação do currículo anterior;
rejeitou que haja um afastamento quanto às melhores práticas internacionais, afirmando, pelo contrário, que o
novo currículo vai no sentido dos currículos mais modernos dos países europeus e das recomendações
internacionais de instituições como o TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study).
Rejeitou que não tivessem existido condições adequadas para a participação no período de consulta
pública, tendo, aliás, a própria Sociedade Portuguesa de Matemática enviado os seus contributos.
Reconheceu que nas escolas e até nos manuais escolares havia sinais claros que o currículo anterior
estava a ser ultrapassado e carecia de atualização.
Por fim, afirmou que o calendário de implementação não representa qualquer constrangimento para a
aprendizagem dos alunos que agora entram no secundário, até porque os alunos tiveram oportunidade de
contactar com as novas metas curriculares, mesmo que não estivessem formalmente sujeitos ao novo
programa do ensino básico.
A avaliação política deste processo não é a avaliação científica do Programa da Matemática A.
Infelizmente, os partidos da oposição não resistiram à tentação de pôr em causa a qualidade do novo
Programa, usando a posição de uma associação de professores, apesar de existirem outras opiniões
científicas e de tal modo opostas que não é possível aos Deputados, sendo sérios, escolherem uma em
detrimento de outra.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa está boa! Os senhores podem fazer as vossas opções, os outros não!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Avaliando aquilo que é especificamente político, constatamos
duas coisas, que são as que nos compete avaliar: do ponto de vista dos procedimentos, que a necessidade de
rever o currículo havia sido manifestada por diversas entidades, que o processo decorreu com normalidade,
que houve um período de consulta pública, que foram enviadas dezenas de pareceres e que estes foram
integrados, em função da sua pertinência, por parte do Grupo de Trabalho do Ministério. Do ponto de vista da
sua implementação, que os alunos tiveram a oportunidade de contactar com as novas metas e, por isso, não
vislumbramos qualquer rutura que os pudesse prejudicar.
Ou seja, estas duas observações fazem-nos estar confiantes de que existem condições para a aplicação
do novo Programa de Matemática A no próximo ano letivo e que este tem tudo para servir melhor as
necessidades dos alunos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para uma intervenção, tem ainda a palavra o Sr. Deputado Luís
Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Dizem os Srs. Deputados do PSD e do
CDS que há outros pareceres contrários à opinião que os partidos da oposição ou os peticionários aqui
tiveram. Mas, afinal, esses «outros pareceres», dito no plural, reconduzem-se todos, apenas, à Sociedade
Portuguesa de Matemática, que foi o único que conseguiram citar,…
A Sr.ª Odete João (PS): — Pois!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — …que, legitimamente, tem a sua opinião mas, como todos sabemos, é mais
ou menos um departamento íntimo do Sr. Ministro da Educação.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É um facto!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Portanto, não vale a pena discutirmos muito acerca disto.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Ora aí está! É uma coincidência!